Um Partido que não cede a pressões e segue determinado na construção em Portugal de uma democracia avançada assente nos valores de Abril, no caminho do socialismo e do comunismo.


O Executivo debruçou-se igualmente sobre os reflexos no Concelho do Barreiro da política de direita do actual governo PSD/CDS que, tal como o anterior do PS, em obediência aos acordos que assinaram com a troika imperialista, impõe ao povo e ao país mais desemprego, salários congelados, menos e mais cara saúde, ensino caro e selectivo, aumento do custo de vida, aumento dos transportes, electricidade, gás, habitação e maior dependência do país.


- Nas empresas, o governo tem como objectivo privatizar a CP, CP Carga, Refer e Soflusa e até mesmo para encerrar como é o caso da EMEF, aumentando ainda mais o desemprego no Concelho.

- Na Soflusa, para além de aumentarem substancialmente os custos para os utentes, retiraram carreiras necessárias para uma grande parte da população do Barreiro que se desloca diariamente a Lisboa para trabalhar ou estudar. Por outro lado, esta redução significará a muito curto prazo um excedente de trabalhadores que terão como fim o despedimento.

- Na SEAE, os trabalhadores encontram-se em situação de lay-off, não havendo soluções à vista. Noutras empresas, o desemprego está eminente como é o caso da Fabrequipa e algumas empresas do sector químico.

- Nas grandes superfícies é gritante a desregulamentação dos horários de trabalho e a falta de cumprimento dos direitos mais elementares dos trabalhadores como é o caso do valor do salário e do horário de trabalho.


- A saúde também vive momentos difíceis. 21.000 utentes não têm médico de família e, por isso, é-lhes dificultado o acesso a cuidados de saúde, recorrendo muitas vezes ao hospital como último recurso. Neste mesmo hospital, têm sido tomadas posições no sentido de lesar utentes e trabalhadores. Estes viram ser aumentado o horário de trabalho e retirados direitos como é o caso da ceia que tinham garantida todas as noites. Alguns destes trabalhadores, por não terem transporte compatível com o seu novo horário de trabalho, têm que pernoitar numa qualquer cadeira enquanto aguardam por um transporte para retornarem à sua residência. Mas também os despedimentos chegaram ao hospital: reduziram o número de vigilantes, o que gera uma maior desorientação nos serviços e lesa os utentes, na medida em que foi reduzido o horário da visita aos pacientes internados por não haver vigilantes que controlem entradas e saídas e aumentaram as horas de espera na urgência.


- Escusado será dizer que com todos estas agressões à vida das populações, também o comércio local sente a ofensiva, encerrando lojas a um ritmo assustador.


- O Poder Local Democrático é atacado não só com o corte dos valores financeiros retirados pelo governo, como pela chamada "Reforma Administrativa do Poder Local" que, a ser levada à prática, lesará em muito as populações, as freguesias e os trabalhadores.

Outras preocupações são o adiamento, suspensão ou mesmo cancelamento de obras e projectos que seriam muito importantes para o nosso Concelho, tendo em conta o desenvolvimento económico, o aumento do emprego e a própria valorização do Concelho.


O Executivo saúda ainda o dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, considerando igualmente a importância da evocação desta data que, no contexto da actual ofensiva de direita, é particularmente atentatório dos direitos das mulheres conquistados no nosso país com a Revolução de 25 de Abril de 1974.

As mulheres são particularmente penalizadas, entre outros aspectos, nos indicadores que se registam e que ilustram as perdas de direitos.

 

- As mulheres hoje, na indústria e comércio voltam a ganhar significativamente menos do que os homens;

- 40% auferem um salário mensal inferior a 500€;

- No desemprego, representam mais 14,1% do que os homens;

- As mulheres licenciadas, são subaproveitadas nas suas competências e habilitações;

- A maternidade continua a ser um factor de despedimento ou de não renovação de contrato de trabalho e a desregulamentação dos horários de trabalho impede as mulheres de conciliar a vida profissional com a familiar.


Para que estas aspirações se tornem numa realidade, é preciso ampliar e reforçar a luta organizada das mulheres pela rejeição do Pacto de Agressão, em defesa dos seus direitos e pela sua luta emancipadora.


Por tudo isto o Executivo da Comissão Concelhia do PCP insiste na necessidade da luta para a exigência da concretização dos projectos previstos para o Barreiro e reforça o seu apoio sempre junto dos trabalhadores, do povo, dos jovens, dos idosos, dos Barreirenses em geral.


Neste sentido, a par do apelo à participação massiva e determinada na Greve Geral convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 22 de Março, considera que é a resposta necessária inadiável ao agravamento das condições de vida e à escalada da ofensiva que o governo PSD/CDS de Passos e Portas está a promover contra os trabalhadores, contra outras camadas sociais e contra o próprio país.



O Executivo da Comissão Concelhia do Barreiro do PCP

6 de Março de 2012