É bom lembrar que a construção do Hospital no concelho do Seixal é um compromisso eleitoral das forças políticas que sustentam este Governo, reafirmado sucessivamente nos órgãos autárquicos do concelho e durante a campanha eleitoral para a Assembleia da República.


A triste realidade vivida pela população dos concelhos de Seixal, Almada e Sesimbra no que respeita ao acesso aos cuidados de saúde é a de dependerem do Hospital Garcia de Orta (HGO), estrutura dimensionada para servir 150 mil pessoas e que não dá resposta às 450 mil pessoas da sua área de intervenção. Trata-se do triplo do número para o qual foi dimensionado, em concelhos com a população a aumentar, segundo dados do CENSUS 2011 divulgados. Somam-se a este problema as insuficiências decorrentes de decisões erradas que vêm sendo tomadas há anos em relação a centros de saúde (atraso na construção do novo centro de saúde de Corroios/Vale Milhaços, encerramento de SAPs, falta de compromisso na construção do centro de saúde de Foros de Amora, da Arrentela/Boa Hora e de Paio Pires) e que resultam em ainda maior pressão sobre o HGO e em mais de 40 mil utentes sem médico de família no concelho do Seixal.


Conhecendo o Governo este números, a suspensão do processo de construção do Hospital para "avaliação da sua viabilidade" constitui ou uma profunda irresponsabilidade do Governo ou um escandaloso compromisso com empresas privadas que operam no sector da saúde. O que, claramente, não é viável é a manutenção da situação de ruptura dos serviços do HGO, o sujeitar dos utentes a tempos de espera que, em muitas situações, ultrapassam as 12 horas nas Urgências, a pressão sobre os profissionais de saúde, a pressão sobre os serviços de bombeiros/ambulâncias que também ficam retidos nestes atrasos por falta de macas. A manutenção da actual situação comporta, ainda, um prejuízo para o País, se considerarmos as horas de trabalho perdidas por quem se desloca a esses serviços.


Além de inaceitáveis, são extremamente preocupantes estas declarações do Ministério da Saúde. O PCP repudia esta decisão que coloca à frente do interesse das populações os compromissos assumidos com entidades estrangeiras e com o sector da Banca, e considera essencial que o Governo Português cumpra o que assumiu com as populações de Seixal, Almada e Sesimbra no sentido da construção do Hospital no concelho do Seixal.


O PCP apela às populações, às comissões de utentes e aos profissionais de saúde que exprimam a sua indignação e que continuem a luta pela construção do Hospital no concelho do Seixal. Foi a luta que obrigou o Governo do PS a comprometer-se com a construção deste Hospital e a lançar o concurso. Será a luta que transformará este necessidade urgente numa realidade.


O Secretariado da Comissão Concelhia do Seixal do PCP.