Efectivamente, esta era uma situação injusta, tendo em conta que é no centro de Pegões que se encontra a Junta de Freguesia e o Posto Médico e que é no Montijo que se encontram os mais variados serviços, entre eles o Hospital, as Escolas Secundárias e Profissional.


Esta realidade não está desligada da política de destruição dos serviços públicos levada a cabo pelos sucessivos Governos, que aposta na entrega aos privados de sectores fundamentais do Estado, como os transportes, remetendo para segundo plano o direito ao serviço público de transportes para todos e as necessidades das populações e do país.


Assim, os TST, ao longo destes últimos anos, têm procurado reduzir custos com as populações e cortar carreiras, seguindo uma lógica economicista e do máximo lucro, empobrecendo o serviço prestado e vedando o acesso ao transporte público a muitas populações e localidades.


De facto, este serviço que agora é prestado às populações dos Afonsos e Craveiras não é um serviço qualquer, é antes um direito que a estas assiste, o de ter transportes públicos condignos, e não apenas a 3 quilómetros das nossas casas.


Neste quadro, em que o Governo procura encerrar vários serviços públicos e que os TST cortam carreiras, esta vitória das populações dos Afonsos e Craveiras é ainda mais importante e significativa, porque para além de abrir caminho a que os Afonsos e Craveiras sejam cada vez melhor servidas pelos transportes públicos, vai também animar a luta de outras populações com problemas semelhantes.


Se uma lição se pode tirar deste processo, é a de que vale sempre a pena lutar. Quando se luta, nem sempre se ganha, quando não se luta, perde-se sempre. Neste caso, as populações dos Afonsos e Craveiras lutaram, e ganharam.


Para isso foi necessário a realização do abaixo-assinado que foi entregue à Administração dos TST, que recolheu 328 assinaturas, e posteriormente a deslocação de várias pessoas às instalações da Moita dos TST, acções que demonstraram a unidade e determinação em prosseguir o protesto, caso não fosse resolvida a situação, e isso obrigou os TST a ir ao encontro das reivindicações.


A força e persistência foi tal que permitiu, inclusive, que os horários dos autocarros sejam não aqueles que inicialmente a empresa propôs, mas sim aqueles que a população exigiu, permitindo assim que as crianças e jovens possam utilizar o transporte público para ir à escola.


Ou seja, os autocarros que agora passam nos Afonsos são os que partem de Canha às 07H10 e às 11H45 e os que partem do Montijo às 13H30 e às 17H30 e não outros.


Da nossa parte, saudamos as populações dos Afonsos e Craveiras por esta luta e pelo seu desfecho e afirmamos que este é o caminho para exigir a vida melhor a que temos direito.


Podem continuar a contar com o PCP, para defender os serviços públicos e a melhoria da qualidade de vida, na exigência de um país melhor e mais justo para quem trabalha.