Deputados eleitos pelos círculos eleitorais de Setúbal e Lisboa, eleitos nos órgãos autárquicos locais e dirigentes do PCP nas duas regiões, contactaram com os trabalhadores das comunidades piscatórias da Trafaria, Cacilhas, Cova do Vapor, Fonte da Telha e Paço de Arcos, assim como com os seus os representantes, nomeadamente o sindicato dos trabalhadores da Pesca do Sul, a Federação dos sindicatos do sector da Pesca e Associações de armadores e pescadores do concelho de cascais.


As sucessivas políticas de direita desencadeadas pelos Governos do PS, PSD e CDS têm conduzido ao afundamento do sector ao nível nacional, facto bem presente no Estuário do Tejo.


Tanto na Cova do Vapor como em Paço de Arcos a APL aponta soluções mínimas (portos de abrigo) que, embora sejam importantes para as comunidades piscatórias mal resolvem o problema de base surgido com o encerramento da doca de Pedrouços em Lisboa.

 

É necessária a construção de um porto de pesca de maior dimensão, na Trafaria, que permita a descarga do Pescado, nomeadamente de traineiras que operam ao largo de Lisboa, Almada e Cascais e que têm de descarregar em Sesimbra ou Setúbal, agravando desta forma os factores de produção e reduzindo a qualidade do pescado consumido pela população de Lisboa que terá de ser transportado por rede viária até à capital.


Outro dos problemas relacionado com os custos dos combustíveis é a falta de qualquer apoio à gasolina por parte do Estado (sendo a maior parte de embarcações do estuário movida a gasolina). O grupo parlamentar do PCP já entregou um projecto de resolução que defende a resolução do problema, nomeadamente o apoio para a gasolina ao exemplo do que acontece com o gasóleo


Outras graves preocupações a nível local foram apontadas, nomeadamente a da comunidade dos pescadores de Cacilhas, tendo sido "expulsos" da zona que ocupam na doca da ex "Parry Son", estando sem actividade desde Janeiro de 2012. As soluções apresentadas em nada contribuem para a continuidade da actividade piscatória no local.

Estamos perante mais uma enorme falta de respeito pelos pescadores e suas famílias.

Exigindo-se uma resposta urgente dos responsáveis das instalações (APL, do ex. "Fundo de Margueira Capital", do ex "Arco Ribeirinho Sul").


Um dos problemas apresentados foi também a proibição de aumentar a potência da cavalagem dos motores das embarcações, factor que poderá desencadear graves problemas de segurança no Estuário do Tejo em situações de temporal e não só.


Outro aspecto apresentado como preocupante para o sector, nomeadamente a colocação de cabos submarinos na zona da Fonte da Telha e Pinhal do Rei, as prospecções de petróleo e gás natural e até a presença de navios militares no Estuário do Tejo, são impeditivas da actividade piscatória, sem qualquer compensação para os pescadores.


Toda a incerteza quanto à capacidade de resposta ao Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo, só deverá ter como resposta à mais antiga actividade do mesmo, a sua garantia de subsistência, a pesca, e não todas as outras actividades contrárias.

 

Nesse sentido o Grupo Parlamentar do PCP irá apresentar na Assembleia da República um projecto de resolução em defesa da actividade da pesca no Estuário do Tejo, defendendo a criação de um porto de pesca na Trafaria, assim como uma série de perguntas ao Governo tendo como base as questões colocadas pelas comunidades piscatórias de trabalhadores e Entidades envolvidas.