O encerramento de mais de 4000 escolas e a criação dos chamados mega agrupamentos, impostos sem o envolvimento da comunidade educativa e de forma apressada, não podia ter outro resultado que não fosse a continuação do conflito com os professores, como se pode confirmar nas imensas dificuldades encontradas no funcionamento destes mega agrupamentos, nos quais a qualidade pedagógica e o sucesso real das aprendizagens são substituídos por preocupações meramente estatísticas e economicistas, ou nos conflitos com as Autarquias e Associações de Pais.

Período negro da Educação em Portugal caracterizado por uma profunda instabilidade em que as escolas foram mergulhadas, com o governo a declarar guerra aos professores, infligindo um rude golpe na qualidade da educação pública, com sérios prejuízos para o percurso escolar das crianças e jovens.

Instabilidade que o Governo prolongou com um concurso para a colocação de professores, que pôs a nu o objectivo de aumentar ainda mais os níveis de precariedade e desemprego docente (desde 2007 por cada 38,4 professores que saíram do quadro por aposentação, entrou apenas 1).

Precariedade e desemprego docente que, associado às limitações colocadas à entrada de novos trabalhadores na Administração Pública e aos cortes significativos nos apoios da Acção Social Escolar às famílias, põe claramente em causa a concretização do objectivo de alargamento da escolaridade obrigatória ao 12º ano, prejudicando o normal funcionamento das escolas, fragilizando o serviço público e o desenvolvimento do país.

Instabilidade nas escolas que persiste também como consequência dos problemas que continuam por resolver, como as condições de trabalho dos docentes, em particular, os seus horários de trabalho, o crescimento do número de alunos por turma, as alterações introduzidas na gestão escolar, com a imposição de um modelo contrário à participação e à vida democrática nas escolas e a insistência num modelo de avaliação, que no essencial mantém os aspectos mais negativos que foram alvo da luta dos professores.

É neste quadro que 228 professores e educadores da Península de Setúbal decidiram apoiar a CDU, muitos pela primeira vez, contra este rumo de ataque à Escola Pública, tendo em conta também o compromisso eleitoral que a CDU assume agora para a área da Educação.

Defendemos a aprovação de um novo estatuto da carreira docente e a alteração do modelo de avaliação dos professores, dando-lhe carácter formativo, no sentido da melhoria da qualidade pedagógica em vez da limitação na progressão da carreira.

A correcção, já no próximo ano lectivo, das injustiças e desemprego docente causado pelo modelo de organização aplicado pelo Governo PS e pelo processo da chamada reestruturação da rede escolar.

A distribuição gratuita dos manuais escolares para todo o ensino obrigatório, já a partir do próximo ano lectivo.

Uma nova Lei do Financiamento do Ensino Superior, que garanta um adequado financiamento das instituições, para as funções de ensino e de investigação.
 
Os professores e educadores que apoiam a CDU afirmam que dar mais força à CDU, é dar mais força à defesa da Escola Pública, gratuita e de qualidade para todos, bem com às reivindicações e anseios de todos os profissionais da Educação, por uma mudança de esquerda na Educação e no país.