Preferiram rejeitar este projecto de lei, impedindo a imediata alteração da lei, que acabava com as actuais injustiças e os brutais valores da renda apoiada, e limitaram-se a aprovar resoluções recomendando ao Governo a revisão do regime da renda apoiada. Nesse momento alertámos, que PSD, PS e CDS, tinham trocado o certo pelo incerto. Passaram mais de dois meses, e ainda não se conhece nenhuma iniciativa do Governo no sentido de rever o regime da renda apoiada, que responda às reivindicações e às necessidades dos moradores. Mais uma vez o PCP tinha razão. A aprovação das resoluções serviu apenas para enganar os moradores, tentando transmitir-lhes que iriam intervir, mas na verdade, não fizeram nada.

    As dificuldades dos moradores avolumaram-se face aos brutais valores das rendas, quando os salários são "roubados", as prestações sociais são reduzidas, as reformas e pensões são baixas e os preços aumentam. Temos conhecimento que há moradores no Bairro Rosa em Almada, que devido às dificuldades financeiras não conseguiram suportar os brutais valores das rendas, encontrando-se já em dívida com o IHRU. No entanto, o IHRU numa atitude de insensibilidade social, esquecendo-se que a esmagadora maioria dos moradores auferem rendimentos baixos, cobra aos moradores os montantes em atraso acrescidos de juros de mora, em vez de tentar compreender a situação de cada morador e propor um plano de pagamentos adequado, que lhe permita cumprir os respectivos compromissos. Desta forma o Governo só cria ainda mais dificuldades a quem já vive com muitas restrições, e se actualmente não conseguem pagar o valor da renda, assim, só irá agravar os pagamentos em atraso.

    Na sequência da visita do Presidente do IHRU ao Bairro Rosa, este assumiu perante os moradores a realização de um conjunto de intervenções de manutenção e conservação que continuam por concretizar, faltando à palavra dada. Continuam por resolver por exemplo os problemas dos elevadores, iluminação e energia eléctrica nos edifícios.
    Em 30 de Agosto de 2011 o Governo informou  que  "estava já adjudicada a substituição dos 40 elevadores num investimento adicional de cerca de 1 milhão de euros", para além de outras obras em preparação.

    Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e Bruno Dias perguntaram ao Governo porque razão ainda não foi revisto o regime da renda apoiada como recomendaram o PSD e CDS, partidos que suportam o Governo e para quando está previsto rever o regime da renda apoiada, com a introdução de critérios que promovam a justiça social, correspondendo às reivindicações dos moradores. A não ser que o Governo não o pretenda fazer, enganando os moradores com falsas expectativas.

    Os deputados do PCP interrogaram também o Governo para saber que medidas vai o Governo tomar junto dos moradores com pagamentos em atrasos, para facilitar a liquidação dos montantes em atraso e porque razão o Governo não analisa cada situação conjuntamente com os moradores, para encontrar uma solução de regularização das dívidas.

    Mais ainda, os deputados comunistas quiseram saber o que vai acontecer aos moradores que não conseguiram efectuar os pagamentos da renda. O Governo vai despejá-los? Também confrontaram o Governo  sobre a concretização das obras de manutenção e conservação assumidas com os moradores e qual o cronograma da sua execução.