Como sabemos, o anterior Governo PS/Sócrates provocou em 2009 a extinção do Arsenal do Alfeite, dando lugar à "Arsenal do Alfeite, SA". E esta medida foi apresentada aos trabalhadores e ao país como uma necessidade imperiosa para a continuidade do Estaleiro, e como o início de um período próspero de modernização e progresso para o Estaleiro e os seus trabalhadores.

Ora o tempo foi passando, as preocupações dos trabalhadores - e os alertas que o PCP aqui suscitou - foram ganhando cada vez mais peso e mais razão de ser. O Arsenal é, neste momento, praticamente uma empresa sem trabalho, apesar das promessas de sinergias, de novos mercados, etc., etc.

O Orçamento para 2012 prevê uma receita de 28,56 milhões de euros em reparações e 615 mil euros na área dos estudos e projectos. Mas o que lá está agora é um ferry a fazer reparações, e os trabalhadores registam o estranho "desaparecimento" do trabalho com os navios da Marinha Portuguesa.

Face a isto, as perguntas concretas que queremos colocar aqui são as mesmas perguntas que os trabalhadores Arsenalistas têm vindo a colocar já há meses, perante o silêncio e a falta de resposta da EMPORDEF e do Governo:

 Primeira questão: onde foram investidos os 70 milhões de euros prometidos para a modernização do Arsenal? (e já agora, qual o significado dos 2 milhões, 750 mil euros que o OE'2012 prevê para bens de capital?)
 
 
Segunda questão: a Marinha está sem fazer as suas reparações no Arsenal. A explicação para isso é pura e simplesmente não haver reparações na esquadra, ou esse trabalho está a ser desviado para algum lado?
[e a esse propósito, qual a verba e a tradução concreta para o item "reparações navais na indústria privada" que consta do grupo "manutenção e funcionamento" do orçamento da Marinha que nos foi distribuído?]
 
 Terceira questão: onde e como estão garantidos e melhorados os direitos dos trabalhadores como foi prometido?
 
E acrescentamos apenas mais uma pergunta: o Governo vê o Arsenal do Alfeite como um estaleiro público realmente estratégico para a Marinha (como aliás o Almirante CEMA já assumiu), para a Defesa Nacional e para o País, factor de soberania, independência e capacidade produtiva - ou antes como uma empresa qualquer que esteja no mercado, sujeita às ditas leis do mercado, e que um dia qualquer pode fechar as suas portas se "o mercado" quiser?

Obrigado.