Este é o segundo ano consecutivo que estes produtores da Região de Setúbal perdem uma parte bastante significativa da sua produção, alguns a totalidade. Esta situação, associada aos elevados custos dos factores de produção e aos baixos preços de uva, em alguns casos abaixo de 0,25€/Kg, poderá levar ao fim de muitas produções.

Os agricultores e a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal caracterizaram a actual situação de "autêntica calamidade". Muitos agricultores já abandonaram as suas explorações, e se o Governo não avançar com medidas de apoio urgentes, muitos outros poderão seguir o mesmo caminho, o que só iria aumentar o desemprego e a destruição do aparelho produtivo. No passado dia 1 de Setembro os vitivinicultores entregaram uma carta à Sra. Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do ordenamento do Território, em visita às Festas das Vindimas em Palmela, a expor a situação e a reivindicar apoios e medidas urgentes, à qual aguardam resposta.

Face à actual situação de emergência e também de excepcionalidade, é urgente a tomada de medidas pelo Governo, para apoiar os vitivinicultores e garantir a continuidade da produção de uva nos anos seguintes na Região de Setúbal. O que está em causa é a salvaguarda da produção nacional, nomeadamente da agricultura. Para apoiar a agricultura não basta dizê-lo muitas vezes, é preciso que o Governo adopte políticas concretas de promoção da agricultura.

Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e Bruno Dias, interrogaram o Governo, através do ministério do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, para saber que medidas vai o Governo tomar para apoiar os vitivinicultores da Região de Setúbal, que perderam parte significativa da produção de uva.