Desde que foi atribuída a concessão a esta empresa, os preços do transporte fluvial entre Setúbal e Troia aumentaram exponencialmente, ao mesmo tempo que reduziram as carreiras e transferiram o cais dos ferries para uma localização mais distante do centro de Troia.

O aumento dos preços introduz mais dificuldades para os utentes que utilizam este meio transporte na sua deslocação para o local de trabalho e afasta milhares de pessoas do usufruto das riquezas da região.

A empresa alega dificuldades financeiras para justificar o novo aumento de preços. Já quanto à aquisição obrigatória do bilhete de ida e volta, segundo a empresa, permite escoar mais rapidamente o tráfego, afirmando que os utentes que se deslocam de catamarã para Troia, normalmente regressam no mesmo transporte. Desta forma, a empresa impõe um preço muito avultado e penaliza os utentes que apenas pretendam fazer a viagem num sentido.

Claramente o serviço público de transporte fluvial entre Setúbal e Troia não está assegurado. As medidas tomadas pela Atlantic Ferries em todo o período de concessão privilegiam sempre a obtenção de lucro, contrariamente ao interesse público e às necessidades das populações.

Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e José Alberto Lourenço quiseram saber qual o acompanhamento do Governo à concessão atribuída à empresa Atlantic Ferries, como justifica que a empresa tenha implementado um novo aumento nos preços dos bilhetes e obrigue à aquisição de bilhete de ida e volta nos catamarãs.

Os deputados do PCP interrogaram o Governo para saber que medidas pretende o Governo adotar para assegurar o serviço público de transporte fluvial entre Setúbal e Troia, adequado às necessidades das populações, nomeadamente através da aplicação de preços acessíveis e da reposição das carreiras, entretanto suprimidas.