Estima-se que cerca de 20% dos utentes deste Concelho não tenham médico de família. As entradas não substituem as saídas de médicos. Ao mesmo tempo e por razões de natureza exclusivamente economicistas, reduziram os horários de funcionamento dos centros de saúde.


Por exemplo, os Atendimentos Complementares (AC) que funcionavam até às 22h, passaram a encerrar as 19h e alguns com limites de marcações. Aos domingos à tarde estão todos encerrados. Após o encerramento do AC, em caso de doença aguda, o único serviço público de saúde disponível são as urgências do Hospital do Barreiro. Em vez do alargamento da capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários, o Governo reduz, traduzindo-se no aumento da afluência e de tempos de espera nas urgências do Hospital do Barreiro, que podem atingir 5 ou 6 horas, colocando este serviço numa situação de rutura, quando muitas das situações poderiam ser tratadas ao nível dos cuidados de saúde primários. De referir ainda os brutais valores das taxas moderadoras, que afastam muitas pessoas dos cuidados de saúde, por não as poderem pagar.


As crescentes dificuldades dos utentes do Concelho do Barreiro acederem aos cuidados de saúde decorrem das imposições do Pacto de Agressão e da política de cortes na saúde implementada pelo Governo PSD/CDS-PP, ignorando as suas consequências na saúde dos utentes. O Governo não está a garantir o direito à saúde, como consagrado na Constituição da República Portuguesa.


Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e José Alberto Lourenço, quiseram saber que medidas vai o Governo tomar para assegurar que todos os utentes do Concelho do Barreiro tenham médico de família.


Os deputados do PCP interrogaram também o Governo para saber se este pretende repor os horários de funcionamento, que foram entretanto reduzidos, assegurando a proximidade dos cuidados de saúde primários e evitando a afluência acrescida ao serviço de urgências do Hospital do Barreiro.