Para quem se desloca diariamente para Setúbal para os seus locais de trabalho na carreira 583 Cacilhas - Setúbal (rápida) o recurso à carreira 783 Cacilhas/Setúbal (normal) não é alternativa digna desse nome, já que os horários e o tempo de trajecto causam enormes transtornos à vida profissional e pessoal dos utentes.


Acresce o facto dos autocarros que fazem o trajecto da carreira 783 Cacilhas/Setúbal (dita "normal") circularem durante o ano lectivo superlotados chegando a trazer passageiros em pé, o que se torna incomportável para uma deslocação tão longa.


A esta situação não será certamente alheio o facto de estarmos perante o mesmo grupo económico, detentor da empresa TST e da empresa Fertagus, concessionária do serviço ferroviário na mesma ligação Almada/Setúbal, que possivelmente com a aplicação de medidas como esta poderá ter melhores resultados económico-financeiros. No entanto, para as populações o prejuízo é evidente.


Esta não é uma forma digna de prestar um serviço público e de extrema necessidade para as pessoas, que ao pagarem preços elevadíssimos pelos seus passes se vêem privadas ao direito à mobilidade.


Entretanto, o PCP tomou conhecimento de que, na sequência das iniciativas e contactos, quer dos utentes dos transportes e do seu movimento, quer dos eleitos do poder local, a empresa adiou por um mês a aplicação desta medida - o que só vem demonstrar e confirmar a importância da iniciativa e mobilização em defesa dos direitos dos utentes e das populações.


Os deputados do PCP, Bruno Dias e Paula Santos, perguntaram ao Governo que intervenção foi realizada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, relativamente a esta intenção da empresa TST de suprimir a carreira 583 Cacilhas/Setúbal (rápida). Quiseram saber se alguma vez o Governo, por intermédio do IMTT, impediu uma decisão da TST no sentido de suprimir carreiras e circulações ou se todas as eliminações de serviços da empresa têm contado com a aceitação e a concordância tácita do poder central.