Segundo o Sindicato, o delegado sindical foi retirado dos turnos para o horário geral, com o prejuízo de 125 euros, sem qualquer justificação. Posteriormente e em conversas isoladas (dizendo-lhe que não havendo testemunhas nada do que ali se falasse podia ser confirmado), informaram-no de que ali não tinha futuro e que estavam a preparar tudo para que ele saísse; Como isso não tivesse resultado e mantendo-se o trabalhador na empresa, nas instalações da Portucel, os mesmos responsáveis mudaram de estratégia, passando então para uma abordagem de "sugestão" de demissão da empresa, com a "disponibilidade" da empresa para uma indemnização acima do mínimo exigido por lei.

Citando o SITE Sul, o trabalhador e Delegado Sindical não se mostrou "sensível" aos argumentos do dinheiro (leia-se indemnização majorada), os responsáveis pela empresa voltaram a assumir a atitude inicial, isto é, a da retaliação, tendo sido colocado no posto de trabalho que ocupava quando estava em turnos, na desintegração, onde está colocado o trabalhador do turno, para que assim se criem as condições para ficar como excedentário, tudo com o claro objectivo de pôr termo ao seu contrato de trabalho. Não lhe efectuaram o pagamento do trabalho suplementar realizado nos dias 1 e 8 de Dezembro, bem como também não lhe pagaram o prémio de assiduidade do mês de Novembro, pelo facto de ter participado na Greve Geral.

Esta situação é manifestamente insuportável para o trabalhador, que diariamente é sujeito, por parte dos responsáveis da empresa, a uma situação hostil, degradante, de grande constrangimento e perturbação, que visa única e exclusivamente levá-lo a pôr termo ao contrato de trabalho, apenas e tão só por motivos sindicais.

Os deputados do PCP, Paula Santos e Bruno Dias, interrogaram o Governo sobre que tipo de acompanhamento está a ser desenvolvido e que medidas foram tomadas pela Autoridade para as Condições de Trabalho relativamente a esta inaceitável situação de assédio moral e perseguição a um delegado sindical.