Com os sucessivos cortes que a TST vem efectuando, desfere profundos golpes no sistema de transporte público e empurra desse modo mais utentes para o transporte individual, com enormes e negativas consequências económicas e ambientais e na degradação da qualidade de vida das populações.
Estas medidas levam ainda a uma quase completa ausência de mobilidade para cada vez mais amplos sectores da população, fustigados pelo empobrecimento generalizado que os sucessivos governos têm imposto.
Para o PCP é inadmissível a impunidade com que os TST agem!
A Autoridade Metropolitana de Transportes pediu às Câmaras Municipais da região pareceres sobre as medidas propostas pela TST, mas antes que esteja terminado prazo para a sua emissão e posterior ponderação, já a empresa publicou no seu site o anúncio da entrada em vigor dos cortes a partir de 1 Fevereiro.
Sobre esta situação importa ter presentes três questões.
1. A colocação do anúncio destas medidas no site da empresa não chega para que os utentes e populações sejam informados, e é caso para perguntar se a ausência de uma adequada divulgação das medidas não tem por propósito calar a revolta das populações,
2. Desconhece-se a decisão da Autoridade Metropolitana de Transportes face aos pareceres negativos emitidos pelos Municípios. Mas o Governo do PSD/CDS não se pode esconder atrás da AMT fazendo de conta que não tem nada a ver com o assunto.
3. Estes cortes acontecem num período em que se assistem a aumentos dos preços dos passes e dos bilhetes. Ao contrário do marketing que a empresa e o Governo querem vender, os aumentos no início de 2014 foram bem superiores ao 1% anunciado, registando-se situações que ultrapassam os 5,7% (exemplo do passe de estudantes nas carreiras urbanas de Setúbal).
O PCP manifesta o seu desacordo com os cortes anunciados pela TST, e permitidos pelo Governo e Autoridade Metropolitana de Transportes, e afirma que o direito ao transporte e à mobilidade dos utentes e populações da região fica cada vez mais posto em causa.
O PCP irá confrontar o governo do PSD/CDS com as suas responsabilidades neste processo através dos deputados do PCP na Assembleia da República eleitos pelo distrito Setúbal, e garante às populações da região que fará tudo o que está ao seu alcance para contrariar as intenções da TST.
O PCP apela aos utentes e populações para que manifestem o seu descontentamento com estas medidas, e que desenvolvam acções em defesa do seu direito à mobilidade.

Setúbal, 31 de Janeiro de 2014

O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP