Para além das graves consequências que traz para os utentes, esta situação leva inevitavelmente ao esgotamento dos profissionais de saúde, à degradação da qualidade dos cuidados de saúde e ao aumento da despesa com a saúde suportada directamente pelas famílias, obrigadas a procurar soluções alternativas.

Face à luta constante e persistente das populações, comissões de utentes e poder local democrático, o governo PSD/CDS viu-se agora na necessidade de anunciar algumas medidas relativas ao funcionamento do HGO, que nada resolvem e mais não visam do que arranjar desculpas para fugir aos compromissos assumidos e tentar quebrar a luta pela construção do Hospital no Concelho do Seixal.

Dada a situação de ruptura em que se encontra o Hospital Garcia de Orta, é unanimemente reconhecido que não há reestruturações que se possam realizar neste Hospital que legitimem a fuga do governo aos seus compromissos e consigam evitar a necessidade de construir o novo Hospital no Concelho do Seixal. Utentes e profissionais da saúde sentem, no dia-a-dia, cada vez mais a urgência dessa construção. A situação a que se chegou no Hospital Garcia de Orta é manifestamente insustentável, infelizmente somente desconhecida pelo Conselho de Administração daquele hospital

A decisão de construir o Hospital no Seixal resultou da constatação da sua imperiosa necessidade e do Acordo Estratégico de Colaboração, celebrado no dia 26 de Agosto de 2009, entre o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal do Seixal, não se compreendendo por isso que a Administração do Hospital Garcia de Orta esteja, desde Abril de 2011, na posse do relatório final do Júri do Concurso e não divulgue o projecto vencedor, teimando em atrasar um processo que deveria ser célere, primeiro por decisão do governo do PS e agora por orientação do governo PSD/CDS.

Perante esta situação, cada vez mais insustentável, a Comissão Concelhia do Seixal do PCP volta a exigir ao governo que assuma as suas responsabilidades, cumpra os compromissos assumidos com as populações, as Comissões de Utentes de Saúde e as Autarquias dos Concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, e assegure a abertura do Hospital no Concelho do Seixal, procedendo de imediato à adjudicação do projecto de execução, que está pronto há quase dois anos e tem um custo irrisório.

A Comissão Concelhia do Seixal do PCP reafirma que as populações não embarcam em falsas soluções e, por isso, no seguimento das diligências e lutas já desenvolvidas, designadamente a recente iniciativa do Grupo Parlamentar do PCP junto do Ministério da Saúde sobre o assunto, exigindo a tomada de medidas por parte do Governo, irá continuar a promover as necessárias e adequadas acções de luta até à construção do Hospital.

Seixal, Janeiro de 2014

A Comissão Concelhia do Seixal do PCP