PCP promove concentrações junto aos hospitais da região

Com o lema “Defender o Serviço Nacional de Saúde, contra o saque dos privados”, o PCP vai realizar três concentrações no dia 17 de Novembro:

10h – junto do Hospital de São Bernardo, em Setúbal
18h – desfile até ao Hospital do Barreiro, com desfile na Av. do Bocage/Av. MFA
18h – junto do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os seus profissionais – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de acção médica – foram e são decisivos para a resposta ao surto epidémico com que fomos confrontados desde de Março.

Uma situação que trouxe à evidência o quão criminosa foi a política de desinvestimento seguida por diferentes governos ao longo dos anos. Fica também provado que os passos positivos dados ultimamente são insuficientes e exigem que se vá mais longe no investimento em meios técnicos e instalações, mas também na valorização dos profissionais de saúde, nas suas condições de trabalho e remuneratórias.

Aquilo que se verificou como consequência da política de desinvestimento do SNS em favor dos grupos privados do sector foi, perante as fragilidades existentes, concentrar meios e recursos na resposta à Covid-19. Uma medida que se entende dadas as circunstâncias, mas que não pode ocultar que foi interrompida a prestação de inúmeros de cuidados de saúde e tratamentos necessários aos utentes, em particular aqueles que são portadores de patologias que exigem a prestação desses cuidados de modo continuado.

É de salientar o posicionamento dos grupos privados do sector que chegaram negar-se a tratar doentes com Covid-19, prática que não surpreende dadas as anteriores recusas de prestação de cuidados de saúde que não lhes garantam avultadas margens de lucro, acabando esses doentes por ser encaminhados para o SNS.

O Serviço Nacional de Saúde público foi e é determinante para a situação não ser mais grave!

A resposta à evolução da epidemia faz-se com mais financiamento do SNS ao invés do actual desvio de recursos financeiros para o sector privado, como demonstram os dados de 2018, que apontam para a transferência de 51% do total do orçamento do SNS. Esta resposta tem de ser feita de forma articulada, com o governo a assumir as suas responsabilidades e não pressionando as autarquias a assumirem responsabilidades que não são suas.

A DORS do PCP considera que é importante que o SNS assegure a capacidade de resposta no tratamento dos doentes com Covid-19, tal como é necessário e urgente que se recupere a prestação de cuidados de saúde que ficaram por realizar – consultas, cirurgias, tratamentos e exames em atraso – e garanta o normal acesso aos cuidados de saúde pelos utentes.

Exigimos que se passe das palavras aos actos, implementando as medidas que propomos e há muito são reclamadas pelos utentes e profissionais de saúde:

· Reabertura plena dos centros de saúde, em condições de segurança e conforto para os utentes, com a recuperação dos atrasos nos cuidados primários de saúde;

· Reabertura da urgência pediátrica no Hospital Garcia de Orta 24h/dia e de outras valências encerradas nos diversos hospitais da região e recuperação das consultas, exames e cirurgias atrasadas;

· Reforço do SNS em número de profissionais e fim da sua contratação a prazo (períodos de 4 meses) e valorização efectiva das suas carreiras profissionais;

· Reforço do investimento nos equipamentos e na melhoria das instalações e construção daquelas que estão em falta;

· Investimento na criação de uma rede pública de laboratórios de análises e diagnóstico que ponha fim ao esbulho de recursos financeiros do SNS em favor dos privados.

O Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP
4 de Novembro de 2020