TST - os direitos não estão de quarentena

A TST, ao impor o layoff aos trabalhadores da empresa, para além de lhes reduzir os seus já baixos salários, serviu-se dessa decisão para cortar ainda mais a oferta e suprimir as carreiras que ligam várias localidades da Península de Setúbal a Lisboa.

Esta foi mais uma decisão que a Administração da TST tomou à revelia das autoridades de transportes – Área Metropolitana de Lisboa e Câmaras Municipais - e que contraria as orientações das autoridades de saúde relativas à mobilidade das populações.

As razões apontadas pela TST para justificar a decisão foram a redução da procura - e consequentemente das receitas - e falta de linhas de crédito de apoio à operação.

As consequências da decisão sentem-nas no imediato as populações que têm se deslocar todos dias para trabalhar e podemos vir a sentir no futuro todo nós pois com ela o que a empresa gera são mais e maiores riscos de propagação da epidemia.

A DORS do PCP afirma que esta é mais uma de várias decisões que a Administração da TST/Arriva tem tomado e que se caracterizam por uma politica do facto consumado. Não é uma decisão admissível em nenhuma circunstância e muito menos na actual situação com que o país se confronta. É uma medida que exige por parte do Governo e das Autoridades de transportes que ajam rapidamente no sentido da sua reversão.

Não aceitamos que se permita à TST que tome decisões com a gravidade e implicações na saúde pública que esta tem sem que as autoridades que têm a ver com os transportes e a saúde o permitam, e muito menos que se use para isso o dinheiro da Segurança Social.

O PCP manifesta solidariedade com os utentes que foram privados do direito ao transporte, aos trabalhadores que viram os seus salários e rendimentos reduzidos e as suas vidas e dos seus familiares afectadas pelas medidas da TST, e afirma-lhes que podem contar com o PCP para intervir, agir e lutar pela reversão destas decisões e reposição dos seus direitos.

Setúbal, 12 de Abril de 2020