O Executivo da Comissão Concelhia do Barreiro do PCP considera que a decisão tomada no passado dia 27, na Assembleia Municipal do Barreiro, de alienação da Quinta do Braamcamp, com uma maioria mínima de 15 votos do PS e do MCI, com 14 votos contra da CDU, do BE, do PAN e de um eleito do PSD e com duas abstenções do PSD, é um retrocesso para o Barreiro e para os Barreirenses.
Tal como na Câmara, a venda da Braamcamp foi aprovada, apenas, com o voto de qualidade do seu Presidente, também esta votação na Assembleia Municipal, mostra que o PS está completamente isolado neste projecto.
Com vista à sua retirada do mercado imobiliário especulativo e à sua devolução aos Barreirenses, a Quinta foi adquirida em 2016, ainda no mandato da CDU, por deliberação unânime da CMB e apenas três abstenções na Assembleia Municipal.
A aquisição da Quinta foi feita tendo por base uma estratégia de valorização das frentes ribeirinhas, que passava pela requalificação dos moinhos e da zona de Alburrica, pela construção dos passadiços e pela ligação contínua com o Polis e, também, pela construção de uma ponte pedonal entre o Barreiro e o Seixal.
Seja qual for a forma com que o negócio é apresentado não se trata de uma requalificação daquele território, mas tão só de um processo de venda com tímidas compensações, nem sequer garantidas, que inadequadamente o PS Barreiro tenta apelidar de requalificação daquele espaço público.
Um negócio que apresenta muitas dúvidas, pela forma como o caderno de encargos está constituído ao nível jurídico e de falta de garantias e responsabilidades dos eventuais compradores, e que ignora a vontade de muitos Barreirenses, como o comprovam, o abaixo-assinado, com mais de duas mil assinaturas, entregue por um movimento cívico, e a Carta Aberta, assinada por mais de meia centena de cidadãos do Barreiro.
Um negócio cuja discussão foi forçada, mesmo depois de terem vindo a público notícias que puseram em causa parte dos documentos apresentados, mais uma que levou os vereadores da CDU a pedirem que a deliberação voltasse à Câmara.
Também na Assembleia Municipal, perante as evidentes fragilidades do processo, vários grupos municipais, entre eles o da CDU, requereram a retirada do ponto da ordem de trabalhos.
Apesar da recomendação de retirada do ponto ter sido votada maioritariamente, por todos os Partidos com assento na Assembleia Municipal, isolando mais uma vez o PS, que ficou sozinho na sua posição, o Presidente da Câmara insistiu na discussão do ponto, não o retirando da ordem de trabalhos.
Apesar da votação que se verificou na Assembleia Municipal, o PCP continuará a lutar para que a Quinta fique na esfera pública, e na convicção de que esta votação não legítima a venda da mesma, irá utilizar todos os meios ao seu dispor para reverter esta decisão
Será, no entanto, a luta da população o factor determinante para que a Quinta do Braamcamp se mantenha na esfera pública para o pleno usufruto dos Barreirenses.
Neste contexto a luta dos vários Movimentos de Cidadãos que têm surgido têm tido um papel importante, de esclarecimento e mobilização da população.
Consideramos que a população deve ser ouvida, e é nesse sentido que vamos levar a cabo uma Reunião Pública sobre o tema.
No desenvolvimento da luta contra a venda da Braamcamp, o PCP irá realizar uma reunião pública, no próximo dia 6 de Dezembro, pelas 21 horas, na Cooperativa Cultural Popular Barreirense.
Barreiro, 29 de novembro 2019