Sobre o caos na Transtejo

O PCP alertou num comunicado distribuído a 28 de Fevereiro aos utentes do Cais do Seixalinho, que “neste início de ano, e apesar do aumento dos preços dos títulos e passes, a situação mantém-se muito precária na Transtejo, sem embarcações de reserva, com falhas constantes do serviço, suprimindo ligações e gerando atrasos”. Sublinhou que o anúncio por parte do Governo da compra de dez barcos é uma decisão importante, determinada pela luta dos trabalhadores e dos utentes e pela intervenção constante do PCP, mas que não basta. Os problemas com que a Transtejo se debate exigem medidas imediatas enquanto os barcos não chegam, além de medidas de fundo que o Governo reconhece serem necessárias mas tarda em concretizar.

Uma das “soluções” encontradas pela empresa foi colocar ao serviço um cacilheiro que além de demorar 45 minutos a fazer a travessia (que com os catamarãs demora 30 minutos) não é seguro em dias de condições atmosféricas adversas como se verificou na passada segunda feira, dia 5 de Março, em que os passageiros do Montijo foram deixados sem alternativa em Cacilhas.

A “solução” encontrada por parte da empresa com o aluguer de autocarros, é uma falsa solução pois transforma uma viagem de 30 minutos numa de 1 hora e meia.

A solução passa, no imediato, por serem admitidos os trabalhadores em falta, nomeadamente da manutenção e marítimos; que se adquiriram as peças e sobressalentes necessários à manutenção corrente das embarcações; que sejam reparados e saiam do estaleiro os navios que lá estão e entrem outros que estão parados.

O PCP alerta que a solução não passa apenas pela renovação da frota, mas que também é urgente e determinante o desassoreamento do Rio, situação que também é responsável por algumas das avarias das embarcações.

O PCP lamenta que o presidente da Câmara Municipal de Montijo se tenha mantido durante todo este tempo completamente em silencio relativamente a esta grave situação que afecta alguns milhares de pessoas residentes em Montijo que têm necessidade de se deslocar para Lisboa diariamente.

O PCP relembra que propôs, no âmbito do Orçamento do Estado de 2018, um reforço do orçamento das empresas públicas de transporte fluvial de 10 milhões de euros e que o PS votou contra. É urgente que o governo liberte as verbas necessárias para fazer face, no imediato, à situaçãodramática vivida actualmente pelos utentes.

O PCP esta solidário com a acção de luta anunciada pela Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho para a próxima Quarta-feira (dia 14 de Março) pelas 17:00 no terminal fluvial do Cais do Sodré em Lisboa.

O PCP reafirma que o reforço e a continuação da luta dos utentes e dos trabalhadores da Transtejo é fundamental para pressionar o Governo para a resolução desta grave situação.

9 de Março
Comissão Concelhia de Montijo do PCP