Basta de cortes na Transtejo e Soflusa

Os utentes da Transtejo e da Soflusa estão a viver uma situação caótica com contínuos cortes e supressões na oferta programada que tem afectado profundamente OS utentes que residem ou que têm que se deslocar aos concelhos de Almada, Seixal e Montijo.

Como se isto não bastasse, a Administração cortou recentemente na Soflusa mais cinco carreiras na ligação do Barreiro a Lisboa à hora de ponta (do Barreiro as das 7h20m, 8h10m e 9h00h e de Lisboa as das 7h45m e 8h25m). Perante mais estes inadmissíveis cortes e as constantes avarias e falta de navios, é legítimo perguntar como foram usados os 10 milhões de euros que o governo anunciou que ia investir na recuperação da frota, porque o serviço degrada-se diariamente.

O PCP, perante a falta de navios operacionais para a prestação do serviço público aos utentes de há muito que vem intervindo e questionando o governo sobre estes problemas e propondo caminhos e soluções para a sua superação. Perante o agravamento verificado na situação nos últimos tempos, requereu através do seu grupo Parlamentar na Assembleia da República a Audição do Ministro do Ambiente e do Conselho de Administração da Transtejo/Soflusa.

É tempo do governo e a administração da empresa passarem das palavras aos actos e tomarem as medidas que se impõem para que a empresa preste um serviço de transporte público fluvial fiável e de qualidade aos utentes.

O PCP propõe um conjunto de medidas que permitem fazer frente a estes problemas:

No plano da frota e da sua operacionalidade

1. Adopção urgente de plano de modernização da frota.

2. Implementação de um plano de manutenção que garanta de modo efectivo e permanente a fiabilidade da operação, segurança e operacionalidade dos navios e pontões.

3. Reconstituição dos serviços próprios de manutenção de modo a garantir uma resposta pronta aos problemas que se colocam no dia a dia.

4. Estabelecimento de um nível mínimo de materiais consumíveis e de sobressalentes necessários a operação regular. que assume maior gravidade na ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa.

No plano dos Trabalhadores

1. Que se pare a destruição de postos de trabalho e ponha fim à precarização das relações laborais,

2. Que se admitam para os quadros das empresas os trabalhadores em falta em todas as áreas de actuação, com especial relevo na manutenção e marítima, assegurando a integração dos trabalhadores com vínculos precários.

3. Que se desencadeie um plano de formação permanente que garanta a preparação dos trabalhadores para responderem às exigências técnicas do futuro.

Existem trabalhadores e navios que permitem que seja reposta de imediato a oferta de serviço público prestado pela SOFLUSA que foi cortada ao fim de semana.

O PCP reafirma que os transportes públicos são estratégicos para promover a qualidade de vida das populações, o progresso e o desenvolvimento económico e social da região e do país e defendemos.

• Que seja reposta e aumentada em número de circulações e em amplitude horária a oferta de transportes públicos.

• Que o passe social intermodal seja alargado a todos os operadores e a todos os concelhos e localidades da Região.

• Que os serviços privatizados ou concessionados à Fertagus, MTS e TST retornem à posse pública.