A greve geral convocada pela CGTP-IN constituiu uma das mais importantes jornadas de luta realizadas em Portugal depois do 25 de Abril e uma poderosíssima resposta às medidas gravosas do Governo PS e do PSD, contidas no Orçamento do Estado com o apoio do Presidente da República.


Uma grande greve geral que contou com mais de 3 milhões de trabalhadores a nível nacional e e que na região de Setúbal se fez sentir desde a administração pública, ao sector empresarial do Estado e ao sector privado.


Verificaram-se adesões próximas dos 100% na administração pública central e local, que levou ao encerramento generalizado das autarquias locais, escolas, serviços de finanças, centros de segurança social, tribunais, infantários e misericórdias, com hospitais e centros de saúde a funcionar só com serviços mínimos. Uma fortíssima adesão igualmente no sector dos transportes, com a paralisação dos transportes fluviais da Transtejo e Soflusa, da CP Carga e dos TCB; a circulação de apenas dois comboios em toda o dia na linha do Sado, uma adesão na ordem dos 80%nos TST, a circulação de apenas metade das composições no MST, um só barco na Atlantic Ferries. No sector produtivo a adesão à greve foi das mais significativas dos últimos anos, levando a que várias fábricas não produzissem: a paragem de produção na AutoEuropa e nas 23 empresas do Parque Industrial, adesão próxima dos 90% na Lisnave, na Visteon e no Arsenal do Alfeite, próxima dos 100% na EMEF e ainda um conjunto de mepresas com adesão significativa como a Delphi, SEAE, Multiauto, Citroen, LBC-Tanquipor, Alston, CNE, Acciona (ATF), Britobras, Mecânica Piedense, Montitec, Fabrequipa, entre outra. No âmbito dos serviços, verificaram-se também fortes adesões nos balcões da CGD, no Jumbo de Almada e Setúbal e no Pingo Doce do Montijo. De destacar ainda o encerramento das lotas de Setúbal e Sesimbra, bem como do porto de Setúbal.


De salientar o facto de, em muitas destas empresas, os trabalhadores terem aderido pela primeira vez a uma luta desta dimensão. Foi transversal a um larguíssimo leque de sectores a solidariedade expressa de amplas camadas da população.


O Governo e quem o apoia tiveram nesta greve uma clara condenação, um sério aviso e uma firme exigência de ruptura com a política que seguem.


A greve geral pelo futuro de Portugal constituiu uma poderosa manifestação dos trabalhadores da sua disponibilidade para continuar a luta e impedir o prosseguimento da política de direita conduzida por sucessivos governos do PS, PSD, CDS, para serem parte da ruptura e mudança por uma nova política que valorize o trabalho e os trabalhadores.

II

A DORS discutiu e avaliou a preparação da 8ª Assembleia da Organização Regional de Setúbal do PCP, marcada para 10 de Abril de 2011 no salão da SFUAP em Almada, com o lema "Reforçar o Partido, Lutar e Vencer".


A DORS definiu como objectivos para a 8ª Assembleia prestar contas da actividade, eleger a nova Direcção Regional e traçar linhas de orientação política para o futuro.

III

A DORS do PCP analisou também a situação das eleições presidenciais e destaca o crescendo de afirmação e apoio junto dos trabalhadores, da população e dos mais variados sectores, camadas sociais e personalidades da região de Setúbal à candidatura de Francisco Lopes.

A candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República é a única, como se provou mais uma vez na greve geral, que está ao lado dos trabalhadores portugueses na luta pelos seus direitos.


No sentido de ultrapassar bloqueios e deturpações que os grandes meios de comunicação procuram impor, a DORS reafirma a necessidade de prosseguir e aprofundar a linha de esclarecimento e participação dos trabalhadores e das populações em torno dos objectivos da candidatura.

 

Do envolvimento de todos os militantes, da organização, dos apoiantes, democratas e patriotas, dependerá levar mais longe a campanha, que será de massas, de esclarecimento e participação popular para a importância e validade do voto a 23 de Janeiro. Neste sentido, está já agendada, entre muitas outras iniciativas de campanha, uma grande jornada de contacto com os trabalhadores e a população da região entre os dias 9 e 12 de Dezembro.


É pois com redobrada confiança que afirmamos a candidatura de Francisco Lopes como a candidatura de ruptura e de mudança, uma candidatura patriótica e de esquerda, na qual estamos empenhados, e para a qual apelamos à participação de todos os que estão descontentes e são penalizados com a política de direita que agrava as suas condições de vida e põe em causa o futuro do país. Para que a 23 de Janeiro seja afirmada a vontade popular, num claro sinal de exigência de mudança na vida política portuguesa e de defesa da soberania e independência nacional.