A pedido do Grupo Parlamentar do PCP e contando com a presença da Deputada Paula Santos, eleita pelo círculo eleitoral de Setúbal, realizou-se no passado dia 28 de Outubro uma visita às instalações do Estaleiro na qual foi possível realizar reuniões com a Administração assim como com as Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT's).

Durante a reunião com a Administração e embora continuando todos os anos a apresentar lucros de muitos milhões (13,6M em 2015), lucros esses gerados pelos trabalhadores com o seu trabalho a sua dedicação e o seu suor, foi possível ficar a saber o que já era esperado mas nunca admitido formalmente, a LISNAVE não contratará mais trabalhadores.

Será a partir de empresas de prestação de serviços e de cedência de mão-de-obra como é o caso da LISNAVEYARDS que entrarão novos trabalhadores para o estaleiro. Trabalhadores esses a quem é aplicado um regulamento de empresa que aproveitando as normas gravosas que têm vindo a ser colocadas no código do trabalho através de alterações promovidas por sucessivos governos do PS e do PSD sempre com o apoio do CDS e a conivência da UGT vão invariavelmente ao encontro dos objetivos dos patrões de uma maior exploração, mais precariedade laboral, desregulação dos horários entre outros aspetos muito negativos para os trabalhadores e as suas famílias.

No caso dos trabalhadores da LISNAVEYARDS é bem elucidativo, entre outros aspetos, a aplicação de uma adaptabilidade horária predatória em que cada trabalhador tem de perfazer 1800 horas por ano incluindo 15 sábados de borla até poder começar a receber horas extraordinárias.

A célula do PCP na LISNAVE condena firmemente esta opção da Administração da LISNAVE e apela aos trabalhadores da LISNAVE e da LISNAVEYARDS para que não se resignem nem baixem os braços na luta por mais direitos e por melhores salários tendo em conta que os lucros gerados anualmente pelo seu trabalho são condição mais que suficiente para que estas reivindicações sejam justas e possíveis.

A célula do PCP na LISNAVE apela aos trabalhadores para que se unam em torno das suas Organizações Representativas de classe e em torno de objetivos concretos nomeadamente e no imediato para que a administração ao contrário do que tem sido prática aceite reunir com todas as ORT's e oiça de viva voz as preocupações e anseios dos trabalhadores.