O Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP saúda os trabalhadores da região pelo êxito que constituiu a Greve Geral de 14 de Novembro convocada pela CGTP-IN. Esta grandiosa acção de luta constituiu pela sua dimensão e combatividade, uma inequívoca expressão da ampliação do descontentamento e do protesto, bem como uma acentuada erosão da base social de apoio ao governo PSD/ CDS, numa clara afirmação de que é preciso acabar com este governo e com esta política, corporizada no Pacto de Agressão assinado pelas troikas.

A greve geral teve um profundo impacto em todos os sectores de actividade na península de Setúbal.

Não houve produção em grandes concentrações industriais da região, como no estaleiro da Lisnave - incluindo a Lisnave, a Lisnave Yards e empreiteiros - nas oficinas da EMEF no Barreiro - na Auto-Europa, no Parque Industrial da Auto-Europa - em que só laborou uma empresa -, no Arsenal do Alfeite ou na Tanquipor. Houve ainda adesões significativas e paragens de linhas de produção na Visteon, na Alstom, na Parmalat, na Fisipe, na SEAE, na Mecânica Piedense, na Serlimawash, na Amarsul e na Simarsul.

A Administração Local paralisou quase por completo, com adesões entre os 90 e os 100% nas Câmaras e Juntas de Freguesia da Península de Setúbal, com os serviços encerrados, a recolha de resíduos sólidos urbanos paralisada e a generalidade dos mercados da região fechados.

No sector da administração pública central, foi forte o impacto nos sectores da saúde e da educação. Os hospitais e centros de saúde da região registaram uma forte adesão, com o encerramento de muitos serviços.

Foram largas dezenas as escolas do ensino básico e secundário que estiveram encerradas ou sem aulas. Centros da Segurança Social - particularmente no atendimento -, bem como muitas creches e infantários, centros de dia e lares pertencentes a Instituições Particulares de Solidariedade Social encerraram completamente ou foram fortemente afectadas no seu funcionamento.

A generalidade dos Centros de Distribuição Postal esteve encerrada, afectando em muito a distribuição postal.

O sector dos transportes aderiu de forma massiva à Greve Geral: Transportes Colectivos do Barreiro, CP-Carga, CP- Linha do Sado e Refer paralisaram totalmente; os trabalhadores da TST aderiram a mais 85%, a Luísa Todi, transportadora privada, paralisou a 70%; na Metro Transportes do Sul não funcionaram a maioria das ligações; na Soflusa e na Transtejo, a paralisação foi quase total, funcionando apenas os serviços mínimos; na Fertagus registaram-se fortes constrangimentos à circulação. O porto de Setúbal esteve encerrado.

Nas lotas de Setúbal e Sesimbra a paralisação foi entre 90 e 100%; A adesão entre as várias artes de pesca no Porto de Setúbal foi entre 80 a 90% e registou-se uma forte adesão em Sesimbra, na Costa da Caparica, na Fonte da Telha e no Lavradio.

O dia da greve geral ficou ainda marcado pelas manifestações que percorreram as ruas nos concelhos de Almada, Barreiro, Moita, Seixal e Setúbal, em que aos milhares de trabalhadores se juntaram outros que decidiram dar expressão ao seu apoio à greve, aos seus objectivos e propostas.

A luta contra a exploração, a precariedade e o desemprego, em defesa dos postos de trabalho e salários dignos, é parte integrante do caminho para a superação da situação criada pela política de direita e para a alternativa de que o país precisa.

O Executivo da Direcção Regional de Setúbal do PCP exorta os trabalhadores e a população do distrito a prosseguirem e a intensificarem a sua luta pelo fim deste governo e pela derrota desta política que está a afundar o país e a degradar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores e das populações.

O PCP apela à continuação do desenvolvimento da luta de massas, que tem já novo momento de convergência marcado pela CGTP-IN para dia 27 de Novembro de manhã, junto à Assembleia da República, aquando da votação final do Orçamento do Estado para 2013.

O Executivo da DORS do PCP
Setúbal, 16 de Novembro de 2012