Hospital de São Bernardo penaliza trabalhadores por apoio aos filhos

O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) ameaça enfermeiros e outros trabalhadores da saúde com faltas injustificadas ao trabalho por estarem a prestar assistência aos filhos menores de 12 anos. Exemplo disso são os diversos casos que se verificaram com famílias monoparentais, ou em que ambos os pais são enfermeiros, ou em que o outro progenitor também tem uma profissão uma profissão essencial e está a ser negado o direito a assegurar os cuidados aos seus filhos menores de 12 anos sob pena de terem faltas injustificadas.

Como é também inaceitável que em situações em que um dos pais tem de ficar em isolamento profiláctico, o Centro Hospitalar não permita que o outro membro do casal possa cuidar dos filhos e ou assistir ao cônjuge em isolamento.

Ameaçar trabalhadores da saúde com faltas injustificadas por prestarem assistência aos filhos, é pôr em causa a resposta no combate à pandemia por COVID-19.

O Estado de Emergência Nacional não é carta branca para que se instale no nosso país a lei da selva.

O PCP afirma aos enfermeiros e a todos os trabalhadores do CHS que estas manifestações de autoritarismo e prepotência não fazem parte do combate à crise epidemiológica. Antes pelo contrário dificultam, o trabalho e a vida e daqueles que todos os dias dão o melhor de si pela saúde dos portugueses.

Estas são atitudes e acções que repudiamos. São exemplos vivos das causas e da política que conduziu aos problemas com que se confronta o Serviço Nacional de Saúde.

O PCP está solidário com todos os trabalhadores que estão a ser alvo de ameaças por parte da direcção do CHS e considera que é tempo de valorizar e investir no SNS, de respeitar os direitos de todos sejam eles médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, administrativos, trabalhadores de refeitório e limpeza, auxiliares de acção médica, pois são eles que dia a dia fazem do SNS um elemento nuclear no combate à crise epidemiológica e na defesa da saúde dos portugueses.

Afirmamos aos trabalhadores do CHS que os direitos não estão de quarentena e que podem contar com o PCP para intervir, agir e lutar pelo respeito dos seus direitos.