Trabalhadores do comércio - nem um direito a menos!

O PCP denuncia que, usando como desculpa o surto epidémico de COVID-19, muitas empresas do sector comércio estão a recorrer ao mais diverso tipo de pressões, actos e medidas todas eles ilegais e imorais, para que mais uma vez a factura recaia sobre os trabalhadores.

Na Adolfo Dominguez, H&M, C&A, Decathlon, Cortefiel, Bijou Brigitte, Primark, Vasconcelos e Gonçalves (Giovanni Galli), Siva, Sefora (El Corte Inglés), Herbrand, Fnac, empresas que ao longo dos anos têm obtido lucros fabulosos à custa dos baixos salários que pagam aos trabalhadores, perante a epidemia, estas empresas demitem-se das suas responsabilidades e recorrem ao layoff simplificado, reduzindo ainda mais os baixos salários aos trabalhadores e fazendo desse modo recair sobre a segurança social e os trabalhadores parte substancial dos custos.

Na Radio Popular, Zhu Hanmeng, Auchan enviam para o desemprego os contratados a prazo.

Na Petit Pied (EXTREME), Casa Retail Planet, Jom, World Bags (Paco Martinez), Maximo Dutti impuseram ilegalmente aos trabalhadores o gozo das suas férias.

O PCP chama também a atenção que muitos trabalhadores da grande distribuição, principalmente em alguns supermercados, estão a trabalhar sem os equipamentos de protecção individual necessários para os proteger a eles e todos os que com eles contactam da epidemia de covid-19 que enfrentamos.

Os trabalhadores da grande distribuição, que prestam um serviço essencial ao país e à população, não vêem a tabela salarial aumentada desde 2016 com a associação patronal apenas disposta a negociar retirada de direitos, a impor de banco de horas e a reduzir o pagamento do trabalho suplementar.

Com o estado de emergência ,estas empresas, ao contrário dos anúncios que pagam na comunicação social, pressionam os trabalhadores para que estes prolonguem a jornada de trabalho para 10, 12 horas, sem lhes pagarem o trabalho feito e com isso vêem as suas receitas e lucros de muitos milhões aumentar ainda mais.

Combater a epidemia, defender direitos postos trabalho e salários!

O PCP defende que a todos os trabalhadores dos serviços essenciais, onde se incluem os da grande distribuição, lhes devia ser pago um suplemento de risco em 20% da sua remuneração.

É hora de afirmar que combater a epidemia, não permite que queiram por os nossos direitos de quarentena. A redução de salários e rendimentos, a perda de poder de compra só acrescentará mais dificuldades aos trabalhadores e às suas famílias.

Também no comércio dizemos, nem um direito a menos!