A Lusosider, empresa siderúrgica do Concelho do Seixal, no final de 2011 iniciou um processo de lay-off que, segundo a empresa, se deveu à crise empresarial. Na verdade, a empresa não atravessou nenhum processo de crise, teve foi redução de lucros. Enquanto que em 2010 obteve 10 milhões de euros de lucros, em 2011 verificou-se um lucro de mais de 3,5 milhões de euros.

Neste período de lay-off, em que a Segurança Social assegurou o pagamento de uma parte do salário dos trabalhadores, a administração da Lusosider procedeu à renovação de viaturas, de mobiliário de escritório e à realização de diversas obras, demonstrando o total desprezo pelos trabalhadores e que as dificuldades só existem quando se trata dos rendimentos dos trabalhadores.

O PCP teve conhecimento que mesmo antes do período previsto para terminar o lay-off, no fim do mês de Março, a empresa anunciou, ao arrepio da lei, o despedimento colectivo de 25 trabalhadores incluindo nestes 25 a totalidade dos membros da comissão de trabalhadores.

É de referir que a empresa, já durante a vigência do lay-off tinha rescindido com cerca de duas dezenas de trabalhadores.

O PCP sempre denunciou o recurso ao lay-off, como antecâmara para o despedimento de trabalhadores.

O PCP já confrontou o Governo na Assembleia da Republica com o que se está a passar na empresa.

A Lusosider, que integra o grupo brasileiro CSN, com este terceiro despedimento colectivo em apenas 5 anos dá mais um passo na destruição da sua capacidade produtiva, através de mais um despedimento de trabalhadores, com o objetivo de transformar esta empresa, de reconhecida qualidade, apenas num armazém da CSN para escoar os produtos oriundos do Brasil, no mercado europeu, facilitado pela linha ferroviária, entretanto construída não com este fim, mas para desenvolver a produção nacional.

O PCP exige que se cumpram as promessas de investimento há muito anunciadas e nunca concretizadas e o respeito pelos trabalhadores, pelos seus direitos e suas estruturas representativas e o fim do processo de despedimento colectivo.

O PCP defende que a Lusosider pode e deve ser parte de um complexo siderúrgico nacional que dê resposta às necessidades do país e que esteja ao serviço do desenvolvimento do país, com salários e direitos dignos para os trabalhadores e não como entreposto do capital transnacional que apenas se preocupam com os seus lucros, demonstrando total desprezo pelas necessidades, potencialidades e capacidades do país e dos seus trabalhadores.

O PCP exige que o Governo garanta o cumprimento da legislação laboral, quer sobre a aplicação de lay-off, quer sobre o respeito pelos direitos dos trabalhadores.

O PCP exige que o Governo adopte as medidas necessárias para salvaguardar os 25 postos de trabalho e o desenvolvimento da produção nacional.