É conhecido que o anterior executivo da Câmara Municipal do Barreiro adquiriu a Quinta do Braamcamp para criar um espaço aberto para a população, preservando a história, a riqueza natural e a biodiversidade daquele local. Para tal, é essencial mantê-lo na esfera pública, de todos e para todos.
A Quinta do Braamcamp é um santuário de muitas espécies de aves e constitui um pulmão verde (terrestre e marinho) com um potencial paisagístico e de lazer extraordinário, um logradouro natural, histórico e patrimonial. O atual executivo quer agora alienar estes terrenos para a construção imobiliária de 180 fogos. A população tudo tem feito para impedir a venda, argumentando desde logo que o Barreiro não precisa de mais especulação imobiliária e alertando para o impacto ambiental de tal empreendimento.
É neste contexto de luta da população que surge a Plataforma Cidadã “Braamcamp é de todos", que no passado dia 6 de março reuniu com a deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira.
No decorrer do encontro foram levantadas várias questões que o PCP considera que extrapolam o interesse municipal e cuja abrangência justifica que sejam colocadas a nível das instâncias europeias.
Assim, a deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira, questionou o Parlamento Europeu quanto ao seguinte:
1. Tem esta Comissão conhecimento do empreendimento imobiliário previsto para aqueles terrenos que receberam já financiamento público para a sua valorização?
2. Caso a construção avance e por se tratar de uma zona de “muito alto risco” de inundação estuarina, considera necessário um estudo de impacto ambiental?
3. Face às alterações climáticas, considera viáveis construções deste tipo em zonas costeiras, abrangendo terrenos de direito público hídrico?
O PCP reitera a sua posição contra a venda da Quinta do Braamcamp e reafirma a sua solidariedade com as lutas justas das populações e a sua preocupação com a preservação dos espaços naturais e de usufruto público.
Comissão Concelhia do Barreiro do PCP