Na sequência das jornadas de trabalho que os deputados do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira e Inês Zuber, levaram a cabo na região de Setúbal no início de Abril, e do encontro que nessa ocasião João Ferreira realizou com a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, o PCP solicitou à Comissão Europeia diversos esclarecimentos.

A "diminuição da produção de arroz na região, de que é indicativa a forte redução do número de agricultores que, a cada novo ano, se candidatam às respectivas ajudas, [...] é indissociável da continuação de práticas de dumping, com importação de arroz agulha e sua venda nas grandes superfícies comerciais a preços a que os produtores locais não podem fazer face (26 cênt./Kg foi o exemplo referido). O PCP quer saber que informações tem a Comissão Europeia sobre esta situação e que medidas tomou ou pensa tomar para impedir a sua continuação. Por outro lado, "tendo em conta a persistência e o agravamento dos desequilíbrios ao nível da balança agro-alimentar de países, como Portugal", que medidas está a Comissão Europeia decidida a tomar "para defender a produção nacional nestes países e, por essa via, ajudar a combater a crescente dívida externa".

Outra das questões abordadas no encontro dos deputados comunistas com a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, relaciona-se com o encerramento da Cooperativa Agrícola de Palmela, que acentua as dificuldades sentidas por muitos pequenos e médios produtores da Região de Setúbal e por inúmeras produções locais. Numa reunião recente com produtores locais foi abordada a possibilidade de criação de um mercado local/revendedor no concelho. Este mercado poderia estimular a produção local e contribuir para diminuir a dependência dos agricultores face às grandes superfícies. Canha, Pegões, Santo Isidro de Pegões, Atalaia, Quinta do Anjo, Poceirão e Palmela são algumas das freguesias dos concelho de Palmela e Montijo que poderiam beneficiar com a construção deste novo mercado.

Em face do exposto, o PCP também solicitou esclarecimentos à Comissão Europeia, nomeadamente, sobre programas de medidas da UE para apoiar a criação deste novo mercado, seja do actual Quadro Financeiro Plurianual (2007-2013) seja do futuro (2014-2020), bem como de taxas de financiamento previstas.