No dia 30 de Março o Sector Ferroviário da Organização Regional de Setúbal do PCP realizou um debate no Barreiro no Auditório da sede do SNTSF- Sindicato Nacional do Sector Ferroviário, sobre a situação no sector ferroviário e as suas perspectivas de evolução que contou com a participação de João Ferreira membro do Comité Central e deputado do PCP no Parlamento Europeu e em que participaram mais de quatro dezenas de pessoas.

Neste debate estiveram patentes as preocupações dos trabalhadores e das suas organizações, bem como de membros de associações, ligadas a defesa do património quanto ao futuro do sector.

Esta iniciativa demonstrou claramente que, por um lado que a ofensiva privatizadora provocou no sector um enorme rasto de destruição, como o demostra claramente os mais de 1500 km de via encerrados e os mais 18 mil postos de trabalho destruídos, e que por outro que o sector ferroviário continua a ter enormes potencialidades que importa concretizar de modo a poder estar, em condições de exercer o papel estratégico no progresso e desenvolvimento do Concelho do Barreiro e do Pais.

Nesse sentido impõe-se que sejam tomadas de imediato as seguintes medidas:

1. Que sejam electrificados os 300 metros de linha férrea que ligam a oficina à Linha do Sado;
2. Que sejam realizados na Oficina da EMEF os investimentos necessários ao alargamento da capacidade de resposta à manutenção das composições eléctricas que operam na linha do Sado;
3. Que se aproveite a capacidade instalada para a construção e reparação de vagões e componentes;
4. Que sejam admitidos os trabalhadores em falta para responder ao trabalho corrente da oficina;
5. Que seja retomada a oferta de serviço regional Barreiro /Alentejo e Algarve, onde a supressão não teve em conta as necessidades dos utilizadores e da forte ligação existentes nas linhas do Sul e Sueste;
6. Alargamento de âmbito do Passe Social Intermodal, alargando a cobertura das coroas a toda a área metropolitana, consagrando-o como título válido em todos os operadores de transporte colectivo, públicos e privados, e em todos os seus serviços, e assegurando que um único passe permita a utilização de todos os meios de transporte colectivo sem aumento de preço para os utentes, bem como criar bilhetes multimodais válidos em todos os operadores.

Defender um caminho de ferro forte e com futuro, exige lutar pela reunificação do Sector, englobando a rede de infra-estruturas, a exploração do serviço de transporte, a manutenção, reparação e construção do material circulante. Reagrupando a estrutura operacional do caminho de ferro e reconstituindo uma empresa ferroviária integrada, estruturante, estratégica, nacional e pública.

Este debate confirma também que existe um outro caminho para o nosso país, um caminho que rompe com a política de direita, o caminho da política patriótica e de esquerda que se constrói todos dias assente na luta dos trabalhadores e do povo português, e trilhando os caminhos abertos com a Revolução de Abril.

Um caminho que tem como prioridades a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo português e a afirmação do direito à produção, ao emprego, a afirmação da soberania nacional!

Um caminho que luta e exige um Portugal livre das ingerências da União Europeia e da submissão ao Euro!

Setúbal Abril 2017
Organização do Sector Ferroviário de Setúbal