Perante a ofensiva contra os trabalhadores da Administração Pública e do privado, os seus direitos e rendimentos; o Poder Local Democrático, a sua autonomia e capacidade de intervenção, e as populações e a sua qualidade de vida, «a CDU não se deixa intimidar», garantiu. Prova disso, referiu também Carlos Humberto, é que «apesar de todas as dificuldades, não virámos costas. Fomos resolver problemas, fomos procurar soluções» para prosseguir a obra «em benefício da população», disse, antes de sublinhar que a contestação desenvolvida no concelho contra esta política vai prosseguir.

 

«Não aceitaremos a privatização da água e do saneamento, nem da recolha e tratamento dos resíduos sólidos», afirmou, garantindo, depois, que a CDU nas autarquias do Barreiro também não vai aceitar «que retirem mais valências do hospital», ou se leve mais longe «o ataque à escola pública».

«Apresentamo-nos de cabeça erguida, de cara levantada. Trabalhámos. Trabalhámos muito», acrescentou Carlos Humberto, que manifestou ainda a convicção de que «se não abdicarmos da firmeza» e se «nos mantivermos perto daqueles que representamos», no dia 29 de Setembro «alcançaremos novas vitórias do povo do Barreiro, vitórias da CDU».

Vitórias que, para Heloísa Apolónia, dependem da capacidade colectiva de «sermos agentes do combate à abstenção» e, simultaneamente, do esclarecimento quanto às razões e importância de confiar o voto à CDU.

«O povo não aguenta tudo», salientou a deputada e dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes», que sustentou que «este Governo tem de ir abaixo» e que «as eleições de dia 29 são um importante momento para os pôr na rua».

Não cair no engano

Jerónimo de Sousa, por seu lado, alertou que «aqueles que, em nome de uma falsa ajuda meteram o País numa camisa de 11 varas com o ilegítimo Pacto de Agressão» usam «da arte da pantomínia para iludir os portugueses».

Para o Secretário-geral do Partido, PSD, CDS e PS, «com as eleições à vista» entregam-se a «despudorados passes de mágica» para «justificar o injustificável dos seus compromissos», «mascarar as suas graves responsabilidades na situação que está criada» e «fazer crer que com eles a salvação está ao virar da esquina».

«Uns e outros querem os votos dos portugueses para legitimarem a continuação dos seus compromissos com a troika e continuar a política de destruição e venda do País», de «empobrecimento da generalidade dos trabalhadores e do povo» e de aumento da exploração, verdadeiros objectivos do Pacto de Agressão, notou mais adiante.

Para o dirigente do PCP, o Governo PSD/CDS é o executor de uma ofensiva «filha da política de direita», mas, lembrou, «pela mão dos governos do PS e de Sócrates já se desbravava o que Pacto de Agressão veio consolidar».

O propagandeado objectivo de diminuir a dívida é desmentido não apenas pelo seu aumento, mas, também, pelos juros que continuamos a pagar nas emissões, frisou, concluindo, por isso, que «estamos perante uma divida que não só consome todos os recursos nacionais e castra o indispensável crescimento económico, como é de facto impagável».

Denunciando o novo programa de «terrorismo social» que o Governo não quer que se conheça antes de dia 29, mas que, à boleia da chamada «reforma do Estado», pretende cortar milhares de euros nos serviços públicos e prestações sociais, fazendo-se acompanhar por um novo pacote laboral, e advertindo para a preparação de um novo pacto «com troika à vista ou com troika encoberta», Jerónimo de Sousa insistiu que é urgente «apressar a saída [deste Governo] e dar a palavra ao povo» e não «prolongar artificialmente a sua vida como faz o Presidente da República».

Para o Secretário-geral do PCP, o protesto convocado para o próximo dia 19 de Outubro pela CGTP-IN é um momento importante no desenvolvimento da luta para travar o caminho para o desastre, mas o voto na CDU nas eleições do próximo dia 29 de Setembro representa a afirmação «dos que nunca aceitarão ver Portugal transformado num protectorado das grandes potências europeias».