A agência de Canha da CGD faz falta à população

De forma brutal e sem qualquer explicação eis que corre a notícia do encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos em Canha.

Uma decisão que, a confirmar-se, consideramos inaceitável tendo em conta que estamos a falar de uma agência situada numa que é a freguesia rural, a mais isolada do concelho de Montijo e em que os balcões mais próximos se situam em Montijo (a 37 Km) ou em Vendas Novas (a 25 Km), esta decisão traduz novas dificuldades e penalizações acrescidas para a população de Canha, mais ainda quando a população é envelhecida e que não existe um serviço de transportes públicos que satisfaça a população, acresce que não existe qualquer instituição bancária na freguesia de Canha, existindo a mais próxima na freguesia de Pegões (a 13 km).

O sucessivo encerramento de serviços essenciais à vida das populações, com a relevância de ser mais uma machadada na desertificação do mundo rural, numa atitude de manifesto desrespeito pelas mesmas, pelas suas particularidades e necessidades, não pode passar em claro. Como não pode passar em claro o risco efectivo que incide sobre a situação profissional de milhares de trabalhadores do sector bancário e, neste caso concreto, da Caixa Geral de Depósitos.

Num momento em que o país assiste a uma intensa operação que o PSD, o CDS e o grande capital têm vindo a desenvolver desde há algum tempo contra a CGD visando a sua privatização, a ameaça deste encerramento, não pode ser entretanto desligada das erradas decisões adoptadas pelo actual governo do PS em torno da CGD e da nomeação da sua administração e do projecto de desenvolvimento, e que estão em contradição com uma estratégia de um banco público que esteja ao serviço do Povo português e da economia nacional.

O desenvolvimento da CGD ao serviço do povo e do País corresponde a uma necessidade estratégica que não pode nem deve ser alienada. É inaceitável que a pretexto de reestruturação e da necessária recapitalização da CGD se aponte para a sua privatização parcial, despedimentos, encerramento de balcões e desvalorização do papel do banco público.

A CDU defende que se mantenha o controlo público da CGD e a sua colocação ao serviço do desenvolvimento nacional, regional e local, para garantir a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País. O encerramento desta e de outras agências (fala-se em largas dezenas de agências no país) é um caminho errado que urge inverter.

A Coligação Democrática Unitária - CDU, considera inaceitável o silêncio da Câmara Municipal e exige que esta tome uma posição enérgica dirigida ao Governo e à Administração da Caixa Geral de Depósitos no sentido da manutenção em funcionamento do Balcão de Canha, enquanto factor relevante na manutenção das condições de vida da população da freguesia de Canha.

A população de Canha pode contar com a solidariedade e a luta da CDU contra este injusto encerramento, pelo que vamos realizar uma tribuna pública com a população da freguesia de Canha no dia 18 de Março pelas 10 horas em frente à agência da Caixa Geral de Depósitos em Canha.

Montijo, 8 de Março de 2017
A Coordenadora Concelhia da CDU do Concelho de Montijo