O PS regional e local fora dos períodos eleitorais cai numa rotina em que parece não existir. Rotina que é mais acentuada se à frente do Governo do país estiver o seu partido, nesse caso tomba para uma letargia profunda, uma espécie de hibernação política e social. Não vê problemas à sua volta, não se pronuncia sobre nada, não vá alguém dizer que o seu governo pode resolver esses problemas se deixar de ser o representante exclusivo dos interesses do capital financeiro e do grande patronato.

Após passar metade do mandato autárquico, como no passado, é certo e sabido que o PS entra no oportunismo político em velocidade de cruzeiro. Começa a ter opiniões sobre tudo, a ter iniciativas a pretexto e a despropósito, mesmo naqueles problemas causados pelo seu partido, dando-lhes a volta, passando as responsabilidades para outros, por exemplo para os comunistas, porque, como dizem: "há que marcar a agenda política".

Do Encontro Distrital do PS, realizado em meados de Março, saiu a acusação à gestão da CDU na Câmara Municipal da Moita pela responsabilidade política do "Concelho mais pobre da região", acusação estranhamente apoiada em estudos divulgados em 1998 e 2004, ou seja com 14 e 8 anos de atraso, para fundamentar os seus argumentos, sempre dirigidos contra o trabalho desenvolvido em prol da nossa população e do desenvolvimento e progresso do nosso município. Preferindo omitir um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto sobre as "Determinantes do Empreendedorismo ao Nível do Poder Político em Portugal", divulgado em 2011, que coloca o município em 8º lugar, no plano nacional, na avaliação do empreendedorismo.

O Município da Moita regista o menor nível de poder de compra na Área Metropolitana de Lisboa, não apenas pelas próprias características de concelho agrícola e de assalariados, mas sobretudo pelas políticas dos anos 80 e 90 que conduziram à destruição do aparelho produtivo industrial e agrícola executadas pelos governos do PS, PSD e CDS, nomeadamente no encerramento de todas as empresas têxteis, (GEFA, FRISTADS, NORPORT, BORE). Também o reflexo da destruição de postos de trabalho, na Quimigal, Siderurgia Nacional, Lisnave, Setenave, com efeitos nefastos, pois muitos trabalhadores destas empresas são residentes no Concelho da Moita.

Podemos ainda juntar muitas outras malfeitorias dos governos de maioria PS, como a introdução das chamadas taxas moderadoras, a promoção da precariedade e dos recibos verdes, dos baixos salários, das pensões e reformas de miséria. Tudo isto contribui para o aumento da pobreza dos trabalhadores e da população em geral a que o PS não é alheio, antes pelo contrário.

Graças à gestão da CDU, nos últimos 10 anos temos assistido a uma mudança neste padrão com a criação e a deslocação de empresas que hoje dão uma característica diferente ao Município, se bem que ainda seja relevante a dependência da margem norte em termos de emprego.

Depois de conduzir o país, a região e o concelho da Moita para a grave situação social, económica e financeira sem precedentes, o PS, com o propósito de ludibriar pessoas menos informadas, tenta passar as culpas das suas gravíssimas responsabilidades para terceiros. Importa referir a total ausência de investimentos dos sucessivos governos, inclusive do PS, que têm gerido o País nos últimos 36 anos alternadamente com o PSD, em que nos últimos dez anos, seis foram da sua responsabilidade directa, na Península de Setúbal, em nada contribuiu para a fixação de mais empresas na região.

Foram feitas demasiadas promessas, criadas expectativas que, aos poucos, foram caindo por terra. Pela nossa parte, aos mais variados níveis, continuamos a trabalhar para que existam condições para a fixação de empresas, para a criação de emprego, confiantes de que estamos no caminho certo para a defesa dos interesses das nossas populações.