 "O dever de fornecer ao trabalhador toda a informação e formação adequadas à prevenção de riscos de acidente ou doença;

O dever de observar o princípio geral da adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos, incluindo os psicossociais;

O dever de organizar o trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar o necessário tempo de descanso e a permitir a realização pessoal e a conciliação da actividade profissional com a vida familiar;

Aplicar o princípio de substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo, ou menos perigoso."

Contudo, a Administração da SN Seixal recorre "à pressão para levar os trabalhadores a aceitarem e cumprirem as suas ordens, mesmo que daí resultem elevados prejuízos para si e suas famílias" e continua a utilizar os contratos a termo, mesmo após a ACT os ter considerado ilegais.

Na secção da aciaria, a Administração impôs aos trabalhadores um horário, com início às 06,00 horas e a duração de 10,30 horas, ao Sábado e ao Domingo, mesmo sem ter o parecer da Comissão de Trabalhadores. A ACT desvalorizou erradamente esta situação, alegando o facto dos trabalhadores terem assinado, quando se sabe que o fizeram sob pressão,

Os trabalhadores da SN Seixal, por interesse da empresa, foram obrigados a gozar as férias de 2010 em Fevereiro e gozaram 6 dias de 2011 na semana passada, mesmo sem estarem vencidas.

Ainda, segundo o Sindicato "na secção dos Produtos Transformados, o trabalhador e delegado sindical que não aceitou o horário que lhe pretendiam impor, foi colocado de castigo dentro do escritório, numa clara violação do artigo 129º do Código do Trabalho, ao obstar, injustificadamente, à prestação efectiva de trabalho, situação que aguarda a intervenção da ACT".

O PCP entende que o Governo deve utilizar aos meios ao seu dispor para garantir o cumprimento dos direitos laborais dos trabalhadores.

Em pergunta entregue nesta semana na mesa da Assembleia da República, a deputada do PCP Paula Santos quis saber se o Governo teve conhecimento da ocorrência deste acidente de trabalho na SN Seixal, quais as medidas tomadas pela ACT para averiguar o sucedido e que intervenções a ACT tem realizado na SN Seixal para garantir o cumprimento dos direitos laborais dos trabalhadores.

A deputada do PCP quis saber também se a ACT averiguou se a SN Seixal cumpre a legislação ao nível da higiene, saúde e segurança no trabalho, se os trabalhadores foram ouvidos sobre esta matéria e que acompanhamento está o Governo a dar ao jovem sinistrado.