Em notícia entretanto divulgada pelo Jornal de Notícias, na sua edição de 6 de Março, a empresa TST apresentou uma proposta de revisão do tarifário a vigorar a partir de 1 de Março. A empresa propunha uma descida de preços em passes em Setúbal e na Quinta do Conde, mantendo inalterado o restante tarifário, nomeadamente os bilhetes pré-comprados e de bordo que nas Urbanas de Setúbal sofreram aumentos que, em alguns casos, atingiram os 18%. Desta forma a empresa garantiria supostamente um aumento médio de 4,5%.

Esta proposta terá sido aceite pelo IMTT, que teria considerado que assim o aumento do tarifário da empresa TST cumpre a média ponderada de 4,5%. No entanto, essa determinação dos "serviços de referência" para a obtenção da média ponderada adultera o princípio dos aumentos médios, previsto na lei. A utilização deste "método", alargando as áreas de referência para além da homogeneidade da rede urbana de Setúbal, torna-se perversa pois reduz o peso dos bilhetes pré-comprados e de bordo na média, permitindo aumentos próximos dos 20% nestas tarifas.

A prestação de um serviço público de transportes, por natureza regulado pelo Estado, exige rigor e transparência, sob o risco de ser o próprio Estado que, ao arrepio e manipulação criativa da lei, garante rendas públicas a empresas privadas, monopolistas dos serviços.

Os deputados do PCP, Paula Santos e Bruno Dias, quiseram saber que medidas vai o Governo tomar para que de uma vez por todas se ponha cobro a estes inaceitáveis aumentos de tarifas nos TST e seja punido esse comportamento abusivo.