A camarada Paula Santos começou por agradecer a presença de todos na comemoração do 94º aniversário do Partido Comunista Português, um partido que tem estado sempre ao lado dos trabalhadores, empenhado na luta contra o fascismo pela liberdade e democracia, nas lutas ao lado do povo sem nunca vergar aos interesses do grande capital. São 94 anos de um partido que se assume como um partido revolucionário, comunista, marxista-leninista e com soluções para o futuro do país.

Convém não esquecer que foram o PS, PSD e CDS que durante décadas conduziram o país ao buraco em que se encontra com a destruição do nosso aparelho produtivo (agricultura, pescas e industrias), que assinaram o pacto de agressão com a troika que conduziu o nosso país ao retrocesso económico e financeiro, aos cortes sociais, ao ataque à escola pública, ao Serviço Nacional de Saúde, às privatizações de empresas estratégicas para o país, ao ataque ao poder local democrático com a extinção de freguesias e o asfixiamento económico, aos cortes no salários dos trabalhadores e reformados.

Estas políticas de direita levadas a cabo nas últimas décadas por estes partidos ao serviço dos grandes grupos económicos tem tido consequências devastadoras para a nossa freguesia.

Na Saúde contra a vontade do PCP e da Comissão de Utentes de Saúde o governo do PS resolveu construir o Centro de Saúde com apenas um piso retirando ao projecto o piso superior, prejudicando os Quintacondenses que viram logo no dia da sua inauguração o próprio director do equipamento pedir ao secretário de estado presente um novo Centro de Saúde, pois o que estava a ser inaugurado tinha apenas capacidade para 15 mil utentes numa freguesia com cerca de 30 mil.

Os cidadãos da nossa freguesia são também confrontados com as dificuldades de acesso ao hospital de Setúbal, bem como com a falta de profissionais neste equipamento que provocam tempos de espera inaceitáveis num serviço de urgências.

O PCP na Quinta do Conde defende a construção de um novo Centro de Saúde na Quinta do Conde; o aumento do horário de funcionamento do existente; a contratação de profissionais de saúde; a defesa do Centro Hospital de Setúbal e a construção do Hospital no Seixal.

Na Educação a população é confrontada com a inexistência de uma escola secundária o que leva a que cerca de mil alunos saiam diariamente da sua freguesia para estudar noutros locais com todas as consequências sócias e económicas que isso representa para as famílias.

O PCP apela a todos os Quintacondenses que se unam na luta pela construção de uma Escola Secundária na nossa freguesia.

Na segurança Social os Quintacondenses foram surpreendidos com o encerramento do serviço que era prestado na Junta de Freguesia e que obriga a que num momento de crise os cidadãos com dificuldades tenham de recorrer a Sesimbra ou Setúbal.

O PCP exige a abertura de um Posto da Segurança Social na freguesia da Quinta do Conde.

É de lamentar a falta de investimento do governo central, naquela que é a freguesia que mais cresceu nos últimos 20 anos.

É preciso que os portugueses percebam que os PECs e o Pacto de Agressão assinado com a troika não foram criados para resolver os problemas do povo e do país, mas sim a pretexto da crise e da dívida colocar o povo a pagar as dívidas contraídas por grupos económicos e financeiros. Enquanto o povo empobrece e o país se endivida as grandes empresas concentram em si lucros gigantescos e vêem o Estado pagar e perdoar as suas dívidas. Como consequências destas políticas há hoje 2 milhões e 700 mil portugueses que estão em risco de pobreza para garantir os lucros dos monopólios e o pagamento ilegítimo das dívidas da banca.

Quando o governo nos vem falar do sucesso das suas políticas está certamente a referir-se ao sucesso dos grandes grupos económicos que enriquecem à custa de quem trabalha e dos reformados. São gastos milhares de milhões de euros para financiar a banca e as Parcerias Público Privadas, dinheiro que tanta falta fazia na saúde, na educação, na justiça e na segurança social. Aqueles que falam em sucesso não referem que a dívida pública é hoje de 128,7% do PIB.

Em vésperas de eleições vem dizer-nos que o pior já passou, precisam do voto para lá se manterem e a praticar as mesmas politicas, a verdade é que os trabalhadores e o povo sabem que não é verdade, eles sabem as dificuldades com que vivem cada dia.

No meio disto tudo vemos o PS a discursar à esquerda mas a subscrever as políticas de direita. É bom lembrar que os PEC do PS previam os cortes dos salários e das pensões, os cortes na SNS e na Escola Pública, tinham lá as privatizações de empresas como a EDP e a TAP, lá estavam os cortes nos apoios sociais, etc. É bom não esquecer que foi o PS quem trouxe a troika para Portugal e ao mesmo tempo que criticavam o governo PSD/CDS subscreviam todas as avaliações da troika. Ao povo dizem estar contra o governo mas nas reuniões da troika aprovaram todas as politicas levadas a cabo por Coelho e Portas.

É pois necessário por fim à alternância no poder e escolher uma alternativa a estes 3 partidos que estão à 38 anos a roubar o povo e a afundar o país. É necessária uma política alternativa, patriótica e de esquerda que apresente verdadeiras soluções para os problemas do país. Para que não fique tudo na mesma é preciso dar força ao PCP e à CDU.

Há que investir no reforço da produção nacional (agricultura, Pescas e Industria) produzir mais para comprar menos. É preciso uma política fiscal que reduza os impostos sobre quem trabalha e sobre as pequenas e médias empresas e que ponha os monopólios e a banca a pagar mais.

As soluções que propomos são para servir o país e os portugueses. O Partido Comunista Português avança para as próximas eleições com a confiança de quem se apresenta a votos de rosto erguido e com orgulho no trabalho feito, com a confiança de quem trabalha para o povo de forma honesta e competente, com a confiança de quem tem soluções para o país e de quem não se rende aos interesses privados.

O PCP está disponível para assumir as tarefas que os portugueses lhe quiserem dar. Para lutar por uma alternativa de esquerda e patriótica que sirva os superiores interesses do nosso país, recordando que sem o PCP não há alternativa credível à esquerda.

Por fim a deputada Paula Santos recordou as lutas que se aproximam:

A 28 Março a marcha dos jovens trabalhadores; a 11 de Abril as Manifestações de Reformados e Pensionistas; o 25 de Abril e o 1 Maio, tendo ainda anunciado uma grande Marcha da CDU por uma política patriótica e de esquerda. Uma marcha a realizar a 6 Junho e com o objectivo de derrotar as políticas de direita, por uma verdadeira alternativa, para que não fique tudo na mesma.

Terminou apelando ao reforço do Partido, com o recrutamento de mais militantes, para termos um PCP mais forte e que aumente a sua área de influência.

Aqui estamos, orgulhosos da nossa história e firmes na luta por um Portugal com futuro, rumo ao Socialismo e ao Comunismo.

Terminada a intervenção passou-se a um debate vivo e interessante a que se seguiu o cantar dos "parabéns" e o corte do bolo. Assim se passou mais um aniversário do PCP entre camaradas e amigos na Freguesia da Quinta do Conde, ao mesmo tempo que se preparou o trabalho para as tarefas que se aproximam.

A Comissão de Freguesia da Quinta do Conde do PCP

15 Março de 2015