Na verdade, a promoção desta homenagem a este pretenso benfeitor e benemérito da Pátria, no ano em que se assinalam os 40 anos da Revolução de Abril, tem um carácter verdadeiramente provocatório e merece o repúdio de quem viveu aqueles tempos de exploração e de quem, na actualidade, está sofrendo os resultados de décadas de política de direita.
Os mesmos que desbarataram a oportunidade do aproveitamento das nacionalizações e da criação da Quimigal, impedindo que esta fosse colocada ao serviço da economia nacional e das populações e lançaram no desemprego milhares de trabalhadores do Barreiro, que insistem numa política de desastre nacional e de desmantelamento do aparelho produtivo, são os mesmos que, utilizando dinheiros públicos, promovem agora esta inusitada homenagem.
O facto de o Governo do PSD-CDS, usar esta iniciativa como pretexto para reapresentar a sua proposta sobre uma suposta "reindustrialização" do país, revela até onde pode ir a sua hipocrisia e revela os modelos que estão dispostos a seguir.
Depois de décadas de política de direita, é este o Governo que mais postos de trabalho e empresas destruiu, nos recentes anos de aplicação do Pacto de Agressão assinado entre o FMI, a União Europeia e o BCE com o PS, o PSD e o CDS.
O Executivo da Comissão Concelhia do Barreiro do PCP, rejeitando as políticas de quem, ao longo de décadas, tem tentado destruir as conquistas da Revolução de Abril, reafirmando a urgência de demitir o actual Governo, sublinha que a situação actual e o futuro do País e, naturalmente, do Barreiro, impõem a ruptura com a política de direita e a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda, afirmação de democracia e soberania que projecte, consolide e desenvolva os valores de Abril no futuro de Portugal.
Barreiro, 27 de Junho de 2014 O Executivo da Comissão Concelhia do PCP