Vítor Castro, pintor da construção civil, tinha 75 anos, tendo nascido em Lisboa, em Alcântara, onde viveu largos anos, vindo finalmente para o Barreiro, onde residiu, desde o início dos anos 90 até ao seu falecimento.

Foi membro do PCP, desde 1975 e funcionário do Partido desde 1977.

Foi delegado sindical, membro da Comissão Intersindical e da Comissão de Trabalhadores da empresa onde trabalhava, "José Esteves Lda.", tendo-se empenhado activamente, na defesa dos trabalhadores desta empresa.

Na Organização Regional de Lisboa, integrou o Organismo de Direcção da construção civil. Foi responsável pela organização da 3ª zona da cidade de Lisboa. Foi membro do Comité Local de Lisboa, do executivo e do Secretariado do sector dos transportes, do Executivo e do Secretariado da Comissão Concelhia da Amadora e da Comissão Distrital da Organização Regional de Lisboa.

No início da década de 90, passou a integrar a Organização Regional de Setúbal. Integrou o sector sindical da ORS. Fez parte dos organismos executivos da Comissão Concelhia do Barreiro até Fevereiro deste ano.
Foi membro da Direcção da Organização Regional de Setúbal até Março deste ano.

Foi membro do Comité Central do PCP de 1979 a 2004.

O camarada Vítor Castro viveu intensamente a vida que dedicou aos outros, através da luta por um mundo melhor. Camarada bastante responsável e com grande espírito de classe. Modesto, ponderado, dedicado.

Desde muito jovem abraçou a luta em defesa da democracia, dos trabalhadores e dos oprimidos. Essa entrega, despojada de interesses de ordem pessoal, era realizada com natural satisfação, generosidade e fortes convicções.

Foi nessa trincheira que iniciou o seu combate contra as injustiças e pelo bem-estar dos trabalhadores e da população em geral, onde se manteve coerentemente até ao último dia da sua vida.

A morte de Vítor Castro representa uma enorme perda para a organização e luta dos trabalhadores do Barreiro e da Região e para o PCP, que deixou de ter nas suas fileiras um dirigente político activo e empenhado.

Uma enorme perda para a sua família, para a sua esposa e companheira, para os seus filhos e demais família a quem o Secretariado expressa a sua solidariedade, neste momento de dor e sofrimento.

É reconhecido, como o Vitor se envolvia na luta e na solidariedade para com trabalhadores despedidos, ou que ficaram sem trabalho pelo fecho das empresas. O comunista de corpo inteiro, que se revoltava contra medidas injustas, anunciadas quase diariamente, afectando a vida dos trabalhadores e das populações, contra a delapidação do erário público, em favor dos poderosos num desequilíbrio injusto e sem sentido.

Merecerão ser realçados dois traços da personalidade de Vítor Castro:

- Determinado em defender e afirmar a classe operária, a sua classe, o seu lugar na luta de massas em defesa dos trabalhadores, da população em geral e na luta por um Portugal patriótico e de esquerda;

- Muito interventivo na sua acção política para transmitir confiança no êxito das tarefas e das lutas, puxar para cima os seus camaradas quando se apercebia existir falta de confiança em atingir os objectivos, ou mesmo algum desânimo. Apelava à luta, utilizando uma expressão que lhe era própria - "é preciso atarraxar" – com isso procurando mobilizar, vencer desânimos, superar as nossas forças.

No momento em que dele nos despedimos, o Secretariado da Comissão Concelhia do Barreiro afirma, que a melhor homenagem que podemos fazer ao nosso querido camarada Vítor Castro é seguir o seu exemplo de empenhamento social e político. Continuar a luta para alcançar melhores salários, reformas e pensões, lutar para reverter direitos laborais, contra as injustiças, pelos direitos da classe operária e de todos os trabalhadores, pela Paz e o Socialismo.

O Secretariado da
Comissão Concelhia do Barreiro