Para a Célula do PCP na AMARSUL esta inaceitável decisão da AdC vem permitir que o governo dê mais um perigoso passo no sentido da tentativa de privatização da Amarsul. Mas, contrariamente ao que pretendem fazer crer o Governo e as Administrações da ADP e AMARSUL, esta batalha ainda não terminou quer do ponto de vista jurídico, quer do político, e muito menos no social. Pois contra esta negativa e criminosa opção continuam os trabalhadores e as suas organizações representativas, as populações e os municípios a lutar.

Os responsáveis da empresa afirmaram quer por escrito, quer presencialmente.

A privatização já está concluída!... Pois, dois dias após o parecer da autoridade da concorrência, o Governo e a SUMA/MOTA-ENGIL tinham por mútuo acordo efectuado a troca das acções pelo dinheiro acordado.

Estas afirmações são uma clara demonstração da falácia que constitui o estado regulador, e simultaneamente um embuste, e uma tentativa descarada de levar à desistência todos os que se opõem a este criminoso processo de esbulho do património público e enriquecimento do grande capital.

Quanto às afirmações do governo e da SUMA/MOTA-ENGIL, de que os direitos, postos trabalho e salários, não estarão em risco, o acordo de empresa será cumprido enquanto estiver em vigor, e que deixará de haver os cortes, conforme o estipulado na Lei de Orçamento de Estado.

Não podem infelizmente ser mais claros, pois não nos esquecemos das intenções da SUMA expressas na proposta de aquisição. Estas afirmações são reveladores de enormes desafios colocados aos trabalhadores no sentido de defenderem os seus postos de trabalhos, direitos e salários.

Que a concessão da Amarsul estará em vigor até 2034.

Nada mais claro, mas também mais esclarecedor, os Municípios ainda tem uma palavra e de peso a dizer.

A Célula do PCP reafirma aos trabalhadores da Amarsul que o processo privatizador ainda não chegou ao fim e que o caminho seguro para a sua travagem está na acção e luta convergente dos trabalhadores, com as populações e Municípios pela defesa do serviço público.

Elemento essencial para a defesa da empresa pública e dos direitos e interesses dos trabalhadores é o reforço das organizações de classe dos trabalhadores, e o prosseguimento da luta pelo comprimento do AE, nomeadamente exigindo a passagem a efectivos dos trabalhadores temporários e o respeito pelas funções e carreiras existentes na empresa.

Os Trabalhadores da Amarsul e o povo português não estão condenados a viver num País cada vez mais pobre. Portugal e o Povo Português não estão condenados a viver cada vez mais dependentes dos ditames das grandes potencias e dos interesses do grande capital, em que impera o desemprego, a precariedade e os baixos salários.

Existe um outro caminho para o nosso país, o da inadiável ruptura com a política de direita, que abra caminho à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, constituindo um imperativo nacional, uma condição para assegurar um Portugal com futuro, de justiça social e progresso, um país soberano e independente.

Está nas mãos dos trabalhadores e do povo português com a sua luta, e o seu voto, contribuírem para a travagem da ofensiva privatizadora e a derrota da política de direita e dos partidos que a têm suportado ao longo dos últimos 39 anos PS, PSD e CDS.

Palmela, 31 Julho/2015

O Secretariado da Célula do PCP na AMARSUL