A mensagem de Natal do Primeiro-Ministro José Sócrates e a mensagem de Ano Novo do Presidente da República Cavaco Silva constituíram mais uma prova da sintonia entre o PS e PSD na prossecução da política de direita, que tem como marca dominante de atirar todos os sacrifícios para os trabalhadores e para o povo, oferecendo todos os privilégios aos grandes grupos económicos e financeiros.


É de repudiar o Governo ter rompido o acordo para o aumento do Salário Mínimo Nacional para 500 euros em 2011, roubando assim 15 euros no valor do salário de mais de meio milhão de trabalhadores.


O início deste novo ano trará consigo a implementação das medidas consoantes do Orçamento de Estado. Acentuar-se-á o aumento do custo de vida, com a subida dos preços de bens essenciais, da electricidade, dos transportes, além do aumento do IVA e IRS.


Não completamente satisfeito, o Governo leva ainda a cabo um ataque aos serviços públicos em diferentes sectores.


No sector do transporte público assiste-se, a par do inaceitável aumento dos preços, à redução de circulações e carreiras, diminuindo a oferta e tornando mais demoradas e penosas as deslocações casa-trabalho-casa.


A Transtejo (empresa do Sector Empresarial do Estado e, por isso, tutelada pelo Governo), cortou três circulações na travessia fluvial no sentido Seixal-Lisboa e duas no sentido Lisboa Seixal. A diminuição das circulações é injusta e incompreensível. Ocorre precisamente no chamado período de "hora de ponta" das deslocações de quem trabalha e estuda na Área Metropolitana de Lisboa.


Com esta decisão, que decorre das orientações governamentais que impõem a redução de 15% dos custos globais das empresas do sector empresarial do Estado, o Governo diminuiu a oferta num operador que está inserido no sistema do Passe Social, empurrando os utentes para a Fertagus, operador que não aceita o Passe Social.


No sector da saúde, o encerramento dos SAPs do Seixal e Corroios e a falta de investimento nos centros de saúde e na admissão de profissionais de saúde conduz à insustentabilidade do funcionamento de serviços como os do Hospital Garcia d'Orta. Os tempos de espera para o atendimento e realização de exames complementares de diagnósticos atingem, em incontáveis casos, as 14 horas. A suspensão do projecto de construção de um novo centro de saúde e o insustentável funcionamento no velho centro de saúde de Corroios são, no nosso Concelho, preocupantes testemunhos de um percurso de liquidação do Serviço Nacional de Saúde que tem vindo a ser prosseguido pelos Governos PS, PSD e CDS.


O amento das taxas moderadoras, a redução da comparticipação nos medicamentos e a supressão do apoio ao transporte de doentes criam situações dramáticas nas vidas de muitas famílias.


No sector da habitação social, o Governo não se coibiu de orientar o IHRU no sentido de vir aumentar rendas apoiadas que, em quatro anos, nalguns casos quadruplicam o seu valor actual. Foi esta a "lembrança" de Natal que o Governo deu aos seus inquilinos, moradores na Quinta do Cabral, na Arrentela.


Perante estas e outras medidas que o Governo implementa, coloca-se aos trabalhadores e às populações a necessidade de intensificar o protesto e a luta, de contrariar a resignação e o desespero.


É neste quadro de exigência da participação de todos os que são fustigados pelo PEC e Orçamento de Estado que se insere a candidatura de Francisco Lopes às Presidenciais e a campanha política de massas, intensa e esclarecedora, em curso.


No concelho do Seixal, a campanha conta com um alargado número de acções de contacto com trabalhadores, populações e instituições, destacando-se também a realização de um jantar-comício a ter lugar a 10 de Janeiro, 2.ª-feira, na Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Seixal, com a presença de Francisco Lopes.


Esta é uma campanha que leva a todos a ideia de que é essencial um novo rumo para Portugal, que esse rumo será alcançado através da luta dos trabalhadores e do povo que, no dia 23 de Janeiro, terão como arma de luta o voto em Francisco Lopes.