Foi um momento alto da luta e uma forte resposta dos trabalhadores em Portugal e que centrou na valorização dos direitos dos trabalhadores e na defesa das condições de vida das populações o seu primeiro e ultimo objectivo.


Foi mais um importante passo na luta contra as políticas de direita e de declínio do país, apenas um ano após a assinatura do tratado de Lisboa e do seu conteúdo quanto aos aspectos da soberania nacional. Foi uma etapa de afirmação da construção de um país com futuro alicerçado nas grandes conquistas de Abril que a Constituição da Republica consigna.


A greve geral foi um importante passo na luta, que foi caracterizada desde a sua preparação até ao momento da sua realização, pela chantagem e ameaça a partir dos locais de trabalho, pela maior taxa de desemprego desde que há registo, pelo agravamento da precariedade com mais de 1 milhão e 200 mil trabalhadores precários, por uma intensa campanha da comunicação social dominante que na maioria das vezes tentou depreciar os objectivos e a luta dos trabalhadores, pelo uso da força policial, na procura de condicionar os piquetes e pela substituição ilegal de trabalhadores em greve.


Os trabalhadores nesta grandiosa acção de luta, que constituiu a greve geral e nas próximas lutas que se avizinham, manifestaram e manifestarão a necessidade de uma política que dê prioridade ao desenvolvimento do aparelho produtivo (os bens transaccionáveis), que melhore a redistribuição da riqueza nacional e dinamize o consumo e o mercado interno.


No Concelho do Barreiro, os trabalhadores deram uma forte resposta às políticas do Governo, ao PSD ao CDS e aos seus executantes nos locais de trabalho, as administrações que condicionam a negociação da contratação colectiva, a evolução dos salários e o cumprimento dos acordos celebrados com os trabalhadores.


A Comissão Concelhia do Barreiro do PCP saúda e reforça a confiança nos trabalhadores, na sua luta e que se fez sentir em muitas empresas e locais de trabalho do concelho, tais como:


  • A participação da maioria dos cerca de 140 trabalhadores de prestação de serviços da Nova AP;

  • Na FISIPE, com a paragem de várias secções e sectores, apesar dos esforços da administração que muito trabalhou para condicionar os trabalhadores, nomeadamente através do recurso ao uso das forças policiais cujo objectivo foi intimidar e condicionar o trabalho do piquete de greve;

  • Na TANQUIPOR e Nutriquim, com a paralisação e adesão de 82% dos trabalhadores, com destaque para os operacionais e da logística em relação à primeira, bem como a participação de 89% dos trabalhadores em relação à segunda;

  • Em relação à SOVENA, a participação de trabalhadores precários, a adesão sempre acima dos 50% nos três turnos do embalamento, a participação dos trabalhadores da manutenção e a paragem da exportação;

  • O envolvimento de trabalhadores da FABREQUIPA e a participação de cerca de 50% dos trabalhadores da S.E.A.E (ex Júlio Macedo);

  • A resposta dos ferroviários apesar dos serviços mínimos impostos; dos 215 trabalhadores da EMEF, apenas 1 furou a greve; na CP Carga a paralisação total; na linha do Sado a circulação de apenas duas composições e três viagens, tendo havido a substituição de revisor por inspector e responsável por gestão e vendas, denunciada pelos piquetes no local e pelo Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários a ilegalidade;

  • Na SOFLUSA e nos TCB a paralisação a 100% e nos TST a 80% a nível regional;

  • Uma grande adesão dos trabalhadores da autarquia, com apenas 1 das 8 Juntas de Freguesia a não aderir e o encerramento de 4 dos 5 mercados municipais com uma grande compreensão por parte da maioria dos concessionários;

  • Em relação às Instituições de solidariedade social, o encerramento de "Os Reguilas";

  • No Hospital do Barreiro, uma grande adesão entre auxiliares e administrativos, enfermeiros e médicos.


O Orçamento de Estado e a sua aprovação acordada entre o Governo e o PSD


O Orçamento de Estado e a sua aprovação acordada entre o governo e o PSD, com o apoio expresso do Presidente da Republica, constitui mais um passo no agravamento das condições de vida dos trabalhadores e das populações e na centralização do poder económico e da partilha dos lucros por parte dos grandes grupos privados nacionais e internacionais.


A este entendimento entre PS e PSD e que prevê a redução dos salários, dos apoios sociais e do investimento público, afirma-se a continuação de uma opção que agrava o desemprego e as condições de trabalho, que protege a injustiça fiscal e a especulação da banca privada.


Este caminho de desastre nacional, que por diversas vezes foi combatido e denunciado pelo PCP, confirma a necessidade de uma ruptura política, que tal como o PCP afirma na sua campanha sob o lema Portugal a Produzir, dê prioridade ao desenvolvimento do aparelho produtivo, melhore a redistribuição da riqueza nacional e dinamize o consumo e o mercado interno.

 

Eleições Presidenciais. Esclarecer e Mobilizar!

 

No dia 30 de Novembro foi formalmente apresentada a candidatura de Francisco Lopes. Candidatura única, na defesa efectiva da Constituição da República e não das sucessivas políticas que têm conduzido o País ao desastre económico e social.


No Barreiro, Hélder Madeira, na sua apresentação como mandatário concelhio, salienta esta candidatura como a única, patriótica e de esquerda e que tem posto nas diferentes lutas a determinação e entrega de uma vida pela transformação de Portugal num país desenvolvido e onde haja justiça e progresso social.


A candidatura de Francisco Lopes é pois a única capaz de afirmar a ruptura com a política actual e cujo compromisso é de combate às injustiças, por mais emprego, educação e saúde ao serviço do povo e do país.


É pois nesta candidatura patriótica e de esquerda que os comunistas e muitos outros democratas, desde operários, trabalhadores, quadros técnicos, intelectuais, pequenos empresários e todos aqueles que querem construir um Portugal melhor, expressam no próximo dia 23 de Janeiro essa vontade para enfrentar a gravíssima situação a que o país chegou.