Têm razão para lutar os utentes dos serviços públicos, confrontados com a degradação dos serviços prestados, reflexo já da desastrosa política de extinção de postos de trabalho na administração pública, de que são exemplos os casos do Centro Regional de Segurança Social, do serviço de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, dos centros de saúde de Alhos Vedros, Baixa da Banheira, Corroios, Seixal ou S. Francisco, bem como a supressão de serviços dos CTT em várias localidades do concelho de Alcochete ou a intenção do Governo de privatizar a linha do Sado.

 

            Têm razão para lutar as populações da região contra o corte nos investimentos públicos previstos, em particular contra o adiamento da construção da ponte Barreiro-Chelas, indispensável para um equilibrado ordenamento do território da Área Metropolitana de Lisboa, a melhoria das acessibilidades inter e intra-regionais e a qualidade de vida das populações de ambas as margens.

 

            Têm razão para lutar os eleitos e os trabalhadores das autarquias locais contra o anunciado corte de 80 milhões de euros nas transferências do Orçamento de Estado para as autarquias, que  acrescerá dificuldades à prestação do serviço público e que terá reflexos na capacidade de investimento e concretização de projectos importantes para o desenvolvimento e a qualidade de vida das populações.

 

            Têm razão para lutar os micro, pequenos e médios empresários contra uma política de privilégio aos grandes grupos económicos e à banca, que os empurra para uma gravíssima situação, que piorará com a degradação do poder de compra dos trabalhadores resultante desta política.

 

            A DORS do PCP saúda a determinação com que lutam os trabalhadores da região de Setúbal. Trabalhadores da administração pública central e local, enfermeiros, da TST, da EMEF, da CP, da Inapal e da Amarsul, que mostram em greve e nas ruas da região a sua indignação contra a política de direita prosseguida por PS e PSD.

            A provar que com a unidade e a luta é possível derrotar esta ofensiva estão os aumentos salariais alcançados pelos trabalhadores da DSV, da Vanpro, da SAS, da Schenelecke, da Transtejo e da Soflusa. Da mesma forma o demonstraram as populações da Costa da Caparica que, depois da denúncia e do protesto, obrigaram a TST a repor carreiras que tinham sido cortadas. São exemplos que demonstram as possibilidades que de facto existem de defender direitos.

 

            O que o país precisa é de uma política patriótica e de esquerda, que afirme e recupere a nossa soberania, aumente os salários e as pensões, promova e defenda a produção nacional, aposte num forte sector empresarial do Estado e no investimento público, crie emprego e combata o desemprego. Participar na manifestação de 29 de Maio da CGTP-IN é um contributo indispensável para concretizar esta política.

 

 

A Direcção da Organização Regional de Setúbal

do Partido Comunista Português

21 de Maio de 2010