Notas Biográficas dos Candidatos:

 

1. Francisco Lopes, 53 anos, operário. Participou nas actividades do Movimento Democrático e integrou a União dos Estudantes Comunistas em 1973. Membro do PCP desde 1974. Fez parte da célula da Applied Magnetics e foi membro da Comissão de Trabalhadores desta empresa. Participou na acção sindical no âmbito do Sindicato dos Electricistas do distrito de Lisboa. Foi responsável da Organização Regional de Setúbal do PCP. É deputado na Assembleia da República, eleito pelo distrito de Setúbal na legislatura que agora termina. É membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central do PCP.


2. Paula Santos, 28 anos, licenciada em química tecnológica. Foi dirigente associativa na Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É membro da direcção do Conselho Português para a Paz e Cooperação. É vereadora na Câmara Municipal do Seixal desde 2005. É membro da Comissão Concelhia do Seixal do PCP.


3. Heloísa Apolónia, 40 anos, jurista. É membro da Assembleia Municipal da Moita. Foi deputada na Assembleia da República eleita pelo distrito de Setúbal nas VII, VIII e IX Legislaturas. É actualmente deputada e membro suplente do Conselho de Administração da Assembleia da República. É membro da Comissão Executiva Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”.

4. Bruno Dias, 32 anos, licenciado em Ciências da Comunicação. Técnico superior autárquico. Membro da direcção do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente. É membro da Assembleia Municipal de Almada desde 1997. Deputado na Assembleia da República desde 2001. É membro da Comissão Concelhia de Almada, da Direcção da Organização Regional de Setúbal e do Comité Central do PCP.

5. José Lourenço, 51 anos, licenciado em Economia, com pós-graduação em Geografia Humana e Planeamento Regional e Local. Foi vereador da Câmara Municipal de Almada entre 1994 e 2005. Deputado do PCP na Assembleia da República na X Legislatura, que agora termina. É membro da Comissão para os Assuntos Económicos e da Comissão Concelhia de Almada do PCP.

 

INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA

Acabámos de travar com êxito a primeira batalha de um ciclo eleitoral muito exigente e já aqui estamos com a mesma determinação e a mesma confiança a projectar a nossa intervenção futura para o novo combate eleitoral que se avizinha – o das eleições para a Assembleia da República.



Aqui estamos, a dar o primeiro passo na preparação dessa importante e, porventura, mais decisiva batalha que no imediato travamos pela mudança de rumo da política e da vida nacional, com o anúncio e a apresentação pública dos cinco primeiros candidatos da lista da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal – o camarada e actual deputado do PCP, Francisco Lopes, a camarada Paula Santos, a actual deputada do partido ecologista Os Verdes, Heloísa Apolónia, o camarada e actual deputado Bruno Dias e o camarada José Lourenço.

Candidatos com provas dadas, que honram a palavra e os compromissos assumidos com a população do Distrito de Setúbal e com o país.



Vamos para a próxima batalha das eleições legislativas com o claro objectivo de prosseguir o ascendente processo de reforço eleitoral da CDU que todos nós temos conseguido, de forma a garantir um novo êxito que se traduza não apenas em mais votos e mais deputados, mas num substancial reforço do campo dos que se batem pela ruptura com a política de direita e da concretização de uma verdadeira alternativa de esquerda e que tem na CDU e no conjunto das suas componentes a grande força capaz de protagonizar tal projecto de mudança que o país precisa e cada vez mais portugueses reconhecem como necessário. 



Os resultados das recentes eleições para o Parlamento Europeu mostraram uma CDU a crescer, atraindo muitos milhares de novos eleitores para o campo da nossa Coligação Democrática Unitária e esse é um motivo de redobrada confiança na possibilidade de garantirmos novos e decisivos avanços e a criação de condições para a viragem na situação política nacional.



Daqui quero saudar com uma imensa alegria os milhares de construtores deste resultado, candidatos, apoiantes e activistas da CDU e em particular às dezenas e dezenas de milhar de portugueses que deram um voto novo à CDU e com tal decisão contribuíram não apenas para eleger deputados na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país, mas também para dar força à real possibilidade de mudança que garanta uma vida melhor para os portugueses. 

O muito positivo resultado eleitoral da CDU traduzido num crescimento da sua votação superior a 70 mil votos e a eleição de dois deputados, no quadro da redução de 24 para 22 mandatos nacionais, confirmam a CDU como uma grande força com representação nacional e deitam por terra as esperanças daqueles que tudo têm feito para diminuir e desvalorizar a nossa intervenção e a nossa luta, porque os interesses económicos associados à política de direita sabem que é nesta força que reside a real possibilidade da construção de um novo caminho alternativo para um Portugal de progresso, solidário e justo.


Não há artifícios e grelhas de leitura pré-determinadas que apaguem o facto de o resultado corresponder à maior expressão eleitoral obtida pela CDU nos últimos 15 anos e à maior votação dos últimos 20 a nível nacional.



É este resultado obtido que projecta na vida política do país a possibilidade e a confiança de derrotar a política de direita que sucessivos governos maioritários do PS e do PSD têm protagonizado e que conduziram o país à grave situação económica e social em que se encontra.



Confiança que se amplia quando temos presente essa inesquecível e expressiva Marcha da CDU que desceu às ruas de Lisboa no passado mês de Maio e que mostrou essa força imensa, activa e criadora que são os muitos e muitos milhares de homens, mulheres e jovens que estão na CDU, na sua grande maioria gente generosa e dedicada à causa dos trabalhadores e do povo nas mais diversas frentes da intervenção política e institucional, social e cultural do país e das suas terras.

Esses muitos milhares que fazem desta Coligação Democrática Unitária e das organizações que lhe dão vida uma força sem paralelo no contexto da intervenção política nacional.

Uma força que dá garantias de trabalho responsável quotidiano e constante que não se fica perante os problemas e adversidades, mas que os enfrenta com a coragem e a determinação dos que têm fortes convicções e um desejo imenso de servir o seu povo e o seu país.  


Uma força que não vale apenas pelo seu peso eleitoral, mas pelo seu distinto projecto alternativo e pela sua enorme capacidade de intervenção e realização que o país precisa para superar a crise e os graves problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. 



Uma força de luta e que luta, que não se fica pelas palavras, mas que age, sempre com a perspectiva de servir os trabalhadores, o povo e o país e não de se servir. Que não se substitui à acção e à luta do povo mas que está lá sempre.

É por isso que dizemos, esta CDU, não é uma força qualquer.


Esta é a força indispensável ao país e à solução dos problemas nacionais e que neste distrito de Setúbal se expressa bem na intervenção altamente positiva do poder local democrático e das autarquias CDU a favor das populações e das suas condições de vida.


A real possibilidade de garantir uma viragem na política nacional está bem patente na estrondosa derrota do PS e do seu governo nestas eleições, mas também na evidente erosão do bloco central que tem governado o país em todos estes anos sem substantivas diferenças.


Na verdade, no meio do foguetório lançado pelos partidos da direita não pode passar despercebido que a soma da votação agora obtida por PSD e CDS, longe de poder ser lida como uma significativa progressão da direita como pretendem fazer crer, se situa num valor muito próximo do que estes dois partidos haviam alcançado em 1999.


O resultado obtido pelo PS, o mais baixo dos últimos 22 anos, traduzido na perda de 5 deputados e mais de 550 mil votos constitui uma expressiva condenação da política do Governo e uma indisfarçável erosão da sua base social e política de apoio.



Um resultado que é consequência da luta travada pelos trabalhadores e pelas populações que confrontaram a brutal ofensiva do governo do PS e que defendendo os seus legítimos interesses e direitos, conduziram ao mesmo tempo ao isolamento do governo.


Foi, sem dúvida, a vasta luta desenvolvida nestes quatro anos de milhares e milhares de portugueses de diversas condições sociais em particular e tendo como motor os trabalhadores que criou as condições para esta pesada derrota do governo.



Uma luta que uniu e juntou populações em defesa dos serviços públicos de saúde, contra o encerramento de escolas e outras conquistas sociais e centenas de milhar de trabalhadores de todos os sectores de actividade na defesa do direito ao trabalho, contra o desemprego e por melhores salários e reformas dignas e os direitos laborais.


Uma diversificada e vasta luta que é em si expressão de uma clara condenação da política e orientações deste governo do PS e que confirma que não só é possível, como indispensável, com o reforço da CDU, impor uma nova e expressiva derrota a este governo e à sua política.



O PS foi derrotado e justamente derrotado, mas a grande e decisiva batalha que temos e que se impõe travar é não só confirmar essa derrota, mas também a derrota da política de direita nas legislativas.


Essa política que tem sido protagonizada não apenas pelo PS, mas também pelo PSD e CDS e seus governos que nestas últimas três décadas conduziram o país ao atraso e à crise.


A grande batalha que temos pela frente nestas eleições para Assembleia da República é criar as condições para pôr termo ao modelo da alternância sem alternativa entre PS e PSD e que está cada vez mais desacreditado aos olhos do povo.

Esse modelo que se traduz no vira o disco e toca o mesmo que está a desiludir cada vez mais portugueses e cujo descrédito está bem patente nos resultados eleitorais do dia 7 de Junho.


Romper com este falso dilema que alimenta uma bipolarização artificial entre dois partidos tão próximos nas propostas e nas soluções para o país e tão igualmente responsáveis pela situação a que o país chegou, exige um substancial reforço eleitoral da CDU e esse é o grande combate de esclarecimento que temos que travar na batalha que se avizinha.


Um combate e um esclarecimento que se torna ainda mais evidente quando se vê José Sócrates e Ferreira Leite a anunciarem e a prepararem cada um pelo seu lado o terreno para retomar o velho artifício de fazer das eleições um confronto exclusivamente centrado no PS e PSD à volta de uma inexistente candidatura a primeiro-ministro e de empoladas questões secundárias e pessoais.

É bom que se diga, desde já, que as próximas eleições não vão eleger, nem um primeiro-ministro, nem um governo, mas 230 deputados.


O governo, esse, sairá das maiorias que se formarem na futura Assembleia da República a eleger.

A operação que já está em desenvolvimento a propósito da leitura dos resultados do PSD mostra que o que se pretende é estimular artificialmente uma dinâmica de bipolarização tendente a iludir a identidade de propostas e políticas entre os que têm desastrosamente governado o país.


O mesmo faz já José Sócrates que já vai dizendo que a escolha para primeiro-ministro será uma questão central das próximas eleições.


É este jogo que agora PS e PSD forçam e preparam, não à volta de políticas alternativas que não têm ou das soluções para um país em crise, mas de um confronto pessoal que bem espremido se reduz na divergência do tempo de construção do TVG, do ritmo das privatizações ou da concepção do casamento. No resto, no que há de estruturante, há uma união de facto.


Ei-los novamente com os velhos métodos e artifícios dos que a todo custo querem salvar a política de direita.

Para o poder económico tanto faz ser um como ser outro ou juntos desde que tudo fique na mesma, os seus interesses e privilégios garantidos.


A afirmação por parte do primeiro-ministro José Sócrates de que o governo não se desviará da sua política, para além de constituir um sinal de desprezo pela expressão dos eleitores, confirma que nada de novo tem este PS para apresentar aos portugueses, a não ser continuar a política que os portugueses claramente quiseram condenar nas recentes eleições, salpicadas agora de medidas de cosmética que não tardarão e um afivelar da máscara da humildade democrática que nunca tiveram, nem teriam no futuro se o povo lhes desse as condições para continuar a governar de forma absoluta como reivindicam e pretendem.



Eleições cujos resultados são um claro basta de políticas de direita! Basta de injustiças! E uma clara afirmação de que esta situação não pode continuar, que é preciso outra política e não mais do mesmo.

É por ser esse o grande sentido dos resultados eleitorais que a todos dizemos: mantenham a confiança.


Não há inevitabilidades e nada está perdido. Com a luta e com o voto dos portugueses é possível derrotar não apenas a vergonhosa política do governo do PS, mas a própria política de direita e restantes executores. 


A grave recessão económica que não pára de se aprofundar e que se prolongará nos próximos anos, o elevado desemprego, o aumento da desigualdade na distribuição da riqueza, a continuada destruição do aparelho produtivo e o agravamento geral dos défices estruturais e da dependência externa do país, sendo inseparáveis da acção do actual governo e da política de direita de outros governos que o antecederam, só são superáveis com uma mudança de rumo na política nacional.

Se Sócrates reafirma que mantém o rumo da política qual vai ser o resultado?


O gravíssimo problema do desemprego que, em sentido lato se fixa já nos 11% correspondendo a cerca de 625 mil desempregados, diz bem da dramática situação em que o país e os portugueses vivem e quanta demagogia e manipulação existia no discurso e nas públicas preocupações do governo.


Não há muito ainda falavam despudoradamente da criação de 133 mil postos de trabalho, mas o verdadeiro balanço a quatro anos de governo nesta matéria é de menos 16 100 empregos e uma taxa de desemprego jovem de cerca de 20,3%.


É perante esta dramática situação que o governo mantém uma inaceitável recusa da proposta do PCP de alteração das regras restritivas de acesso ao subsídio de desemprego que este governo impôs e que impede cerca de 200 mil desempregados ao seu acesso.


Este governo do PS vem agora com voz doce admitir eventuais erros na sua governação. Se fosse sincero na admissão dos erros então deveria corrigi-los! Aqui está um que devia desde já considerar e repor a justiça nos direitos dos desempregados.


É esta a negra herança em matéria de emprego do governo do PS que é muito o resultado da sua política de drásticos cortes no investimento e desprezo pelos sectores produtivos nacionais, cuja evolução negativa é cada vez mais preocupante.


Uma evolução que em grande medida está a determinar a crise económica e social que hoje vivemos e que é a mais decisiva das causas do atraso relativo do país e do empobrecimento dos portugueses. 


A questão central da defesa e valorização das nossas actividades produtivas e com elas do emprego foi, com este governo do PS, tal como nos anteriores, uma preocupação secundária, um objectivo subalterno dessas políticas que estão a hipotecar o futuro do país.


Nestes anos de governação maioritária PS e PSD os sectores eminentemente produtivos – agricultura, silvicultura, pescas e indústria – viram o seu peso na produção nacional reduzido praticamente a metade.


Apenas floresceram as actividades financeiras e imobiliárias que com este governo na direcção do país passaram a superar a indústria.

A extensão, profundidade e duração da crise em que o País hoje se encontra não pode, de facto, ser desligada desta realidade que acabou por conduzir à crescente substituição da produção nacional pela estrangeira e à sub-contratação desvalorizada da economia portuguesa.


Este é o resultado de uma política que fez a deliberada opção de promover a financeirização da economia ao serviço do grande capital e dos grandes interesses e da aplicação cega do Pacto de Estabilidade e Crescimento e assumiu como seus os dogmas neoliberais.



Bem alertou o PCP e a CDU há 4 anos atrás que o défice das contas públicas era um problema mas não o problema central.


Precisávamos de aumentar o investimento, as receitas, defender, modernizar e apoiar as micro, pequenas e médias empresas. A vida deu-nos razão!

Igualzinho à direita o governo PS entregou o melhor património público empresarial e as alavancas fundamentais da nossa economia ao grande capital nacional e estrangeiro.

Política que desperdiçou milhões de euros de fundos comunitários com parcos resultados na alteração estrutural no tecido produtivo português.


Portugal mais do que nunca precisa de inverter este caminho.


Portugal tem que produzir mais e importar menos, criar mais emprego e distribuir melhor e mais justamente a riqueza produzida e de política de respeito por quem trabalha e de defesa dos direitos dos trabalhadores e das populações.

Portugal precisa de uma política de ruptura com as orientações que têm conduzido o país ao atraso e no imediato de medidas de combate que atenuem os efeitos da crise.


Medidas dirigidas aos trabalhadores, às populações carenciadas e às micros pequenas e médias empresas e aos sectores produtivos.


Medidas que travem os encerramentos e o desemprego e o lay-off abusivo, mas também outras medidas como as que temos apresentado.


Medidas de valorização dos rendimentos de trabalho e de combate à precariedade.



Medidas de apoio aos sectores produtivos como a proposta de congelamento dos preços da energia, das telecomunicações e das portagens.


Medidas de acesso ao crédito e ao crédito mais barato. Mas medidas também dirigidas ao aumento do investimento público e para a defesa da produção nacional, tais como a eliminação do Pagamento Especial por Conta.


Tal como precisa de uma política que combata as injustiças sociais e fiscais que se mantêm e se agravam.


O anúncio pelos principais bancos privados de ganhos de quase cinco milhões de euros/dia no primeiro trimestre deste ano contrasta com o discurso da crise.


Com a expressiva derrota eleitoral imposta ao PS e ao seu governo o que desde já se impõe e o direito a uma vida melhor reclama é uma decidida opção pela anulação das medidas gravosas do Código do Trabalho, uma efectiva protecção aos desempregados, o respeito pela dignidade da profissão docente e valorização da Escola Pública, a reposição dos direitos dos trabalhadores da Administração Pública, a devolução da justiça e equidade nos critérios de cálculo e na actualização das reformas, a defesa do Serviço Nacional de Saúde.


Estas são propostas de que não abdicaremos na batalha das legislativas.



Após a expressiva erosão eleitoral sofrida pelo PS nas eleições de 7 de Junho, as próximas eleições legislativas, constituem uma oportunidade para uma nova e inequívoca condenação da política de direita e da acção do Governo do PS e de clara exigência de um novo rumo na vida política nacional.
Trinta e três anos de política de direita, realizadas pela mão do PS e PSD, com ou sem CDS, e que conheceram nos últimos quatro anos de governo do PS um novo impulso e aprofundamento, fizeram de Portugal um país mais injusto, mais desigual, mais dependente e menos democrático.


O reforço das posições, expressão e influência eleitorais da CDU assume-se nas próximas eleições legislativas como a mais sólida condição de tornar mais próxima a concretização de uma ruptura com as políticas que têm sido prosseguidas e para abrir caminho a uma nova política que, vinculada aos valores de Abril e à Constituição da República, assegure um futuro e uma vida melhor para os trabalhadores e o povo, num país mais justo, desenvolvido e soberano.

 

Por isso, nós continuamos a dizer ao país que a questão central e mais decisiva está em fazer da CDU o espaço onde deve confluir a força e a vontade dos que aspiram a uma efectiva mudança e que confiam que é possível uma vida melhor.


É no reforço eleitoral da CDU, que reside a força da alternativa construída num programa claro de ruptura com a política de direita e num percurso marcado por um firme e coerente combate a essa política.


É no PCP, na CDU e no desenvolvimento da luta e acção de massas, que reside a força da ruptura e da construção de um Portugal com futuro, tão mais possível e alcançável quanto mais larga for a votação na CDU.


Nós juntos somos uma força imensa! Força com confiança. Com aquela confiança inabalável de que sim é possível uma vida melhor! 

 

INTERVENÇÃO DE FRANCISCO LOPES

Camaradas e amigos,

Uma forte saudação a todos vós, aos membros do PCP, do Partido Ecologista “Os Verdes”, da Intervenção Democrática, a todos aqueles que não têm filiação partidária e estão connosco neste grande projecto da CDU.


Camaradas e amigos

Somos hoje confrontados com as consequências do agravamento da crise do capitalismo e os efeitos da política de direita das últimas décadas. Essa realidade está bem vincada no distrito de Setúbal como em todo o País.

O Governo PS prosseguiu e aprofundou a política do PSD e do CDS/PP, fragilizou o aparelho produtivo, travou o desenvolvimento económico, estrangulou as pequenas e médias empresas, aumentou o desemprego e a precariedade, estimulou o ataque aos direitos dos trabalhadores, reduziu o poder de compra e alargou a pobreza que afecta particularmente uma grande parte dos reformados.

O Governo PS encerrou serviços de saúde, não resolveu a grande carência de médicos e enfermeiros, atrasou o reforço da rede hospitalar e a resposta à insuficiência da rede de transportes e acessibilidades.

O Governo PS tem uma elevada responsabilidade no acentuado corte do investimento público da Administração Central no distrito, com significativas quebras em termos reais e pela política de atrofiamento das receitas das autarquias.

É uma política de injustiças sociais e declínio, cujos efeitos são profundamente sentidos.

Apesar das consequências de uma política governamental negativa, a vitalidade da luta dos trabalhadores e das populações e uma intervenção altamente positiva do poder local democrático em que a CDU tem um papel determinante, conseguiram grandes avanços e um índice de qualidade de vida na região dos mais elevados do País.

Os trabalhadores, a população, o poder local democrático, o movimento sindical unitário, as organizações populares, tal como o PCP e os seus aliados na CDU não desistiram, não aceitaram a arrogância do PS que diziam, tudo poderia impor sem que ninguém lhe pudesse resistir, não se resignaram a uma realidade em que são desperdiçadas as potencialidades do distrito e marcaram a diferença.

A política do Governo PS quanto ao distrito de Setúbal fica nestes anos bem definida pela sua prática e pelas emblemáticas declarações do Ministro das Obras Públicas Mário Lino, quando tentou tudo para impedir a localização do novo aeroporto na península de Setúbal.

Como muitos se recordam afirmou então que a margem sul é “um deserto”, “onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, onde não há indústria, onde não há comércio, onde não há hotéis”.

Foram afirmações que demonstraram ignorância, mas acima de tudo clarificadoras de uma concepção.

O Governo PS fez tudo o que pode para impedir a localização do novo aeroporto na Península, mas foi obrigado a decidir a sua localização aqui. Foi obrigado a decidir a terceira travessia do Tejo, a ponte Barreiro/Chelas. Foi obrigado a concretizar a primeira fase do Metro Sul do Tejo, bem como outros importantes investimentos. Valeu a pena propor, persistir, lutar, no poder local, com as acções dos trabalhadores e das populações, na Assembleia da República.

A CDU fez da construção do novo hospital no concelho do Seixal, para servir este concelho, Sesimbra e Almada, descongestionando o Hospital Garcia de Orta, uma das importantes propostas do compromisso assumido nas últimas eleições legislativas. O poder local, as associações de utentes, a população desenvolveram, ao longo destes anos, uma importante movimentação de massas, sempre acompanhada da intervenção e iniciativa na Assembleia da República. O Governo PS andou a fugir, foi obrigado a assumir o compromisso da construção do hospital, tentou adiá-lo, acabou por se responsabilizar pela construção, apresentou uma concepção de hospital sem urgência e sem internamento. A semana passada a Ministra da Saúde decidiu a integração de uma urgência básica. Palmo a palmo, com a luta e a intervenção vamos avançando. È preciso continuar para que se acrescente o internamento e para que finalmente se inicie a sua construção. Prosseguiremos esta intervenção para que o Hospital avance, tal como prosseguiremos a intervenção para que a ponte Barreiro/Chelas seja construída.

Lutaremos para que outros grandes projectos finalmente se concretizem, mas queremos que eles se traduzam no desenvolvimento do distrito, de cada um dos seus concelhos, ao serviço das populações, que não sejam pretexto para volumosos negócios ou vias rápidas que façam passar o desenvolvimento e a qualidade de vida ao lado da região e por isso nos batemos por um desenvolvimento integrado.

O PCP prosseguindo uma experiência única no país em que as autarquias e as associações de municípios se empenharam numa visão global de desenvolvimento, elaborou e apresentou na Assembleia da República, cumprindo um compromisso assumido nas últimas eleições a proposta duma Estratégia de desenvolvimento do Distrito de Setúbal e planos integrados para a concretizar. O PS e o PSD, comprovando-se como forças contrárias ao desenvolvimento do distrito votaram contra, mas nós insistimos e insistiremos na Assembleia da República e esse será também um dos eixos do nosso compromisso para o futuro.

Camaradas e amigos

Estamos aqui neste comício, com satisfação pelos importantes resultados da CDU e pela derrota do Governo PS, fruto da luta e do voto, nas eleições para o Parlamento Europeu, com preocupação pela situação do País e do distrito e pelos problemas dos trabalhadores e do povo, com a uma grande confiança de que é necessário e possível uma vida melhor.

Uma vida melhor, que passa pela luta e o trabalho de todos os dias, que passa por um novo avanço da CDU, pelo seu reforço nas próximas eleições para a Assembleia da República e para as autarquias locais.

Foram apresentados hoje os primeiros cinco nomes da lista da CDU para as próximas eleições legislativas no círculo eleitoral de Setúbal. Os primeiros nomes de uma lista, que se integra no grande colectivo de eleitos e candidatos autárquicos, de activistas do movimento dos trabalhadores, do movimento popular, dos militantes e activistas das forças que constituem a CDU.

Candidatos que assumem um compromisso com Setúbal – o distrito, a península, o litoral alentejano –, com os trabalhadores, a juventude, o povo desta terra.

Compromisso por uma nova política. Com propostas de dinamização dos sectores produtivos na indústria, na agricultura e nas pescas, de criação de emprego, investimento público com o reforço dos meios do poder local, apoio às PME. Com propostas de serviços públicos eficientes, da defesa e desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública, de acessibilidades e transportes, de prevenção e reforço da segurança das populações. Com propostas de valorização do trabalho e dos trabalhadores, de melhoria de salários, de combate à precariedade, por emprego com direitos, melhoria das pensões e efectiva protecção dos desempregados, de reforço das infra-estruturas e dos apoios sociais. Com propostas de defesa do meio ambiente e do património e de promoção da cultura.

Compromisso de trabalho e luta por uma vida melhor, uma região mais desenvolvida e uma sociedade mais justa.

A solução dos problemas do País e da região não é possível sem o fortalecimento da CDU.

Fomos e somos a verdadeira oposição nas palavras e na acção.

Somos a força da indignação e do protesto, mas também a força de construção e obra ao serviço das populações. Característica distintiva que justifica o reforço da CDU no poder local, com confirmação e reforço de maiorias e a conquista de novas maiorias. Característica distintiva de uma força cujo reforço e contribuição é indispensável para resolver os problemas do País.

Somos a força com uma forma distinta de estar nos órgãos de poder. O trabalho, a honestidade, a competência, a dedicação, a ligação com os trabalhadores e as populações, cujos eleitos têm um compromisso exclusivo de estar ao serviço do povo e não de aproveitamento dos cargos em benefício próprio. Quando alguns afirmam que são todos iguais, é para nós motivo de grande satisfação podermos dizer com verdade e frontalidade, que não, que a CDU é diferente. Diferente pelo seu projecto e objectivos, diferente porque os seus eleitos têm o principio de não serem beneficiados financeiramente pelo exercício do mandato.

Somos a força cujo reforço dá mais peso e possibilidade de decisão às soluções para uma vida melhor que propomos e são indispensáveis.

Somos a força capaz de responder em todas as situações. Neste tempo de incerteza e insegurança no futuro, a CDU é a certeza e a segurança de um apoio e dum voto que servirá sempre para defender os interesses dos trabalhadores e do País.

A CDU mais forte é essencial, para a ruptura e a mudança, para uma nova política.

Iniciamos hoje aqui uma nova etapa, que nos vai conduzir às eleições legislativas e autárquicas dentro de escassos meses. A situação exige uma grande campanha de esclarecimento, uma campanha que não conta com apoios e favorecimentos dos grandes meios de comunicação social, que não conta com os meios financeiros que outros têm, mas que conta com a capacidade da grande, poderosa e criativa força militante que somos, conquistando apoio a apoio, voto a voto para uma grande votação na CDU.

Com toda a confiança

Por uma vida melhor 

Viva a Juventude CDU !

Viva o Partido Comunista Português !

Viva a CDU !